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Rodrigo Mattos

River pensa em esquema mais cauteloso. Qual o impacto para o Flamengo?

rodrigomattos

20/11/2019 15h43

Desde a tarde de terça, a imprensa argentina mostra que Gallardo testou uma mudança no River Plate, experimentando um esquema mais cauteloso com uma linha de cinco defensores em vez do tradicional 4-4-2 do time. Não é certa essa escalação e pode ser um blefe. Mas, considerando que seja usado, esse é um modelo que o Flamengo já enfrentou com bons resultados, mas diante de equipes inferiores.

Primeiro, vamos explicar qual seria a modificação. O River joga normalmente com uma linha de quatro defensores, como o time rubro-negro. A esses, Gallardo testa a inclusão de Pablo Diaz, mantendo dois laterais (Montiel e Casco) na linha de cinco quando se defendesse, e liberando os quando tivesse a bola. Assim enfrentou o Boca Juniors na primeira partida da final do ano passado, e teve bom desempenho. Perderia um volante e presença no meio de campo, possivelmente Palacios sairia.

Pois bem, o Flamengo pegou um Atlético-MG no Maracanã com linha de cinco na defesa, armada pelo então técnico Rodrigo Santana. Teve dificuldades para atacar no início porque houve lances em que até dez atleticanos estavam dentro da área. Mas, quando começou a achar espaços na linha e fez o primeiro gol, desmontou o time mineiro. Obviamente, o Atlético-MG tem menos qualidade do que o River.

A linha de cinco atrás pode impor problemas para o Flamengo conseguir desenvolver seu jogo com triangulações pelas pontas, pois haverá bem menos espaço. Além disso, as saídas de Montiel e Casco com mais segurança poderiam explorar as costas dos laterais rubro-negros.

Em contrapartida, o Flamengo tenderia a ter um predomínio no meio-campo, com Arão, Gerson, Everton, Arrascaeta e os dois laterais que participam por ali. Assim, poderia impor seu estilo de domínio e pressão para tentar sufocar o adversário, mesmo tendo menos espaço na parte final do campo.

Com a formação habitual do River, a tendência é o jogo se tornar meio espelhado, já que os laterais e o primeiro volante têm características parecidas. E os dois times têm uma linha de três meias (no caso rubro-negro Gerson é um híbrido de volante e meia) para articular, assim como atacantes bem móveis sem um centroavante típico nove parado na área. São conjecturas, por enquanto, já que as escalações de fato só saberemos no sábado.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.