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Rodrigo Mattos

Vice do Fla defende valor acordado com famílias: 'Resolve vidas'

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10/12/2019 04h00

Com Léo Burlá e Alexandre Araújo

O caso das indenizações pelas dez mortes de adolescentes no CT do Ninho do Urubu continua sem solução plena após dez meses. A diretoria rubro-negra defende o valor dos três acordos e meio já feitos, assim como a decisão de recorrer de decisões do Ministério Público Estadual. Entende que o que foi combinado resolve as vidas das famílias sob o ponto de vista financeiro.

O montante não é revelado pelo clube, mas a reportagem apurou que gira em torno de R$ 1,2 milhões, mais pensões com pagamento mensais. Esse valor é em torno do triplo do padrão para estes casos de pensão por morte na Justiça, que é de cerca de R$ 400 mil e R$ 500 mil. Mas está abaixo da pedida do Ministério Público Estadual de R$ 2 milhões, mais pensões de R$ 10 mil por mês.

Dos dez casos, três famílias fizeram acordos com o Flamengo, além de um dos pais do garoto Riquelmo. Há outros cinco casos em aberto e uma família já foi para a Justiça.

"Queremos negociar e resolver. Entendemos que o valor (do acordo) resolve as vidas das famílias. Mas pode ter um advogado ou uma família que pensem diferente", analisou o vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches.

Segundo ele, o valor acertado com as três famílias tem que ser respeitado em outros acordos, pois seria injusto pagar a mais a quem fez acordo depois. O que ele admite é que o clube pode fazer é ajustar os valores de pensão, e não o montante total pago. Mas, se isso ocorresse, seria feito para as famílias que já se acertaram.

"Já temos um valor acertado com essas famílias e não seria justo pagar mais para as outras", ressaltou. Dunshee ressaltou que a vontade é negociar diretamente com os parentes dos meninos mortos. Por isso, o clube recorreu contra o aumento da pensão provisória de R$ 5 mil para R$ 10 mil por entender que o Ministério Público não deveria ser parte da ação.

A relação do Flamengo com promotores têm sido conflituosa desde o incêndio. As propostas feitas pelo promotores foram recusadas, e o houve uma tentativa do MP de bloquear as contas do clube que não prosperou. O Flamengo tem em torno de R$ 2o milhões reservados em seu orçamento de 2019, sendo R$ 10 milhões já gastos, para as indenizações e despesas com a tragédia do Ninho co Urubu.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.