Como será a transição da gestão do futebol do Botafogo para empresa
O Botafogo votará na próxima quinta-feira a transformação do clube em empresa. A provável aprovação da mudança tem como objetivo sanear o clube por meio do dinheiro de investidores que, posteriormente, seriam remunerados por isso. A pergunta que se impõe: como ficará a gestão do futebol alvinegro a partir dessa transformação?
Há ainda mais perguntas do que respostas até agora, mas o blog conseguiu traçar um cenário com uma apuração sobre o caso. Primeiro, haverá um período de transição como explicou o presidente do Botafogo, Nelson Mofarrej, até que o novo modelo como empresa esteja implementado. Por enquanto, estão confirmados Anderson Barros, como diretor, e Alberto Valentim, como técnico, neste período.
A transição do clube associativo para a empresa no registro da CBF tem que ocorrer neste final do ano com as competições paradas. Mas a passagem da gestão do futebol para o novo modelo pode demorar um pouco mais. Depende inclusive de fechar todos os investidores que participarão do projeto, o que, segundo o dirigente do Botafogo, ainda está em aberto.
"Depende dos investidores, isso não é de estalo. Se aparecer no dia seguinte do investidor que seja analisado pela equipe nossa, e tenha condições, vai ter a transição", afirmou Mofarrej, que ressaltando que já existe um grupo de interessados.
A partir da implantação da empresa, os recursos e o poder sobre o futebol, inclusive os contratos de jogadores, passariam para uma empresa. Inicialmente, deve ser usada uma empresa de uma estrutura já existente para acelerar a estruturação da sociedade. E quem mandaria nessa estrutura?
Será montado um Conselho de Administração composto pelos principais investidores. Esse conselho define as estratégias de longo prazo, as principais diretrizes do projeto e escolhe um CEO para comanda-lo, como ocorre com outras sociedades empresariais. Na teoria, o conselho não apitaria constantemente nas decisões tomadas pelo executivo. Ou seja, técnicos e elenco seriam definidos pelo executivo da empresa. Obviamente, investidores podem intervir se estiverem insatisfeitos com os rumos, mas idealmente isso não deveria acontecer com frequência.
Outra questão é quanto de dinheiro o Botafogo teria para montar seu time para o próximo ano. Bom, a informação é de que houve interessados e cotistas para a empresa. Mas o próprio presidente Mofarrej diz que ainda há espaço para adesões. O objetivo era levantar R$ 300 milhões para negociar o pagamento das dívidas, e ter algum residual para qualificar o time.
E quem são os investidores do Botafogo? Os irmãos João e Walter Moreira Salles iniciaram o projeto, mas, em reuniões, informaram que não entrariam com dinheiro – já contribuíram com o CT e empréstimos para o clube associativo. Internamente, no entanto, não há certeza sobre a informação de que eles não participação. O ex-presidente do clube e executivo do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, é um dos mais ativos no projeto. Não há limitações para investidores que não sejam alvinegros.
E o Botafogo vai aderir ao projeto de clube-empresa aprovado no Congresso (ainda precisa passar pelo Senado e por sanção presidencial)? Há uma tendência que, sim. O projeto é visto com bons olhos por participantes do projeto para ajudar na reestruturação do Botafogo. Até porque permite a inclusão de todas as dívidas fiscais que estejam em aberta, além das já no Profut, e a recuperação judicial para débitos privados. O imposto é reduzido a 5% da receita.
Questionado sobre esse ponto, Mofarrej fez elogios, mas foi enigmático sobre adesão: "Vai (aderir), mais ou menos".
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