Federações mostram apatia sobre desvios de dinheiro na CBF
rodrigomattos
17/08/2013 16h00
( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )
As federações estaduais de futebol deveriam ser responsáveis, entre outras tarefas, por fiscalizar os atos da diretoria da CBF. Mas cartolas demonstram apatia e até desconhecimento em relação ao escândalo de desvio de dinheiro dos amistosos da seleção brasileira revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
O blog conversou com três dirigentes dessas entidades sobre o caso. Houve uma defesa do presidente da confederação, José Maria Marin, descaso e um pedido tímido de esclarecimento. Ninguém falou em abrir investigação sobre o caso.
"Impossível ter um pagamento da CBF que não esteja respaldado em contrato. Não existe entidade privada mais auditada do que a CBF"; defendeu o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, que é árduo defensor de Marin. "É difícil (de ser verdade). Tem que haver provas. Tenho uma carreira longa e ouvi várias coisas em corredor e nunca se confirmaram."
Detalhe: esse depoimento foi dado sem que ele conhecesse bem os detalhes do caso. Na mesma situação estava o presidente da Federação Paraense, Antônio Carlos Nunes, que disse não conhecer o assunto, nem se interessar por ele. "Não interfere nas federações, então, afeta só a CBF", eximiu-se o Coronel Nunes.
Outro que não tinha muitas informações sobre o tópico era o presidente da Federação Rio-Grandense de Futebol, José Vanildo, que afirmou que faz tempo que não fala com ninguém da CBF. Ele adotou uma postura diferente e disse que a confederação deveria explicar o caso.
"Tudo que for denunciado merece um esclarecimento da CBF. Uma denúncia desse tamanho: a CBF tem que se posicionar", observou o cartola do Nordeste.
Dirigentes de oposição, como os da Bahia e do Rio Grande do Sul, e de situação como São Paulo foram procurados pelo blog, mas ou não foram encontrados ou não retornaram as ligações. A confederação até agora alega que desconhece os contratos que preveem pagamentos para um amigo de Teixeira no EUA como parte do dinheiro referente a amistosos da seleção.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.