Odebrecht promete ajuda à arena da Gávea e ao time do Fla
rodrigomattos
06/11/2013 10h49
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A relação entre o Flamengo e a Odebrecht tornou-se bem mais estreita após uma solução para as brigas relacionadas ao contrato do Maracanã. Com um acordo feito, embora não assinado por detalhes, a construtora prometeu participar ativamente do estudo e até da viabilização do estádio na Gávea. Ainda quer ajudar o time de futebol. Já o clube passa a falar em investimento da empresa na arena.
O contrato entre as duas partes do Maracanã estabeleceu que a Odebrecht faria um estudo para saber da viabilidade da arena da Gávea. Há uma forte resistência do governador do Rio, Sérgio Cabral, e de parte dos moradores locais à construção.
"Não queremos simplesmente entregar um estudo ao Flamengo e ele não se realizar. É interessante para nós o projeto. Queremos discutir com o poder público, com a associação de moradores para saber como será a viabilidade", explicou Dênio Cidreira, da Odebrecht Propriedades, que administra os estádios da empresa.
Na sua visão, o tamanho da arena ainda seria definida. Mas o executivo fala em um empreendimento entre 18 mil e 20 mil pessoas. O Flamengo tem um projeto para 25 mil. De qualquer jeito, isso não interferiria no uso do Maracanã para jogos de grande porte.
A diretoria do Flamengo já vê a Odebrecht como uma futura investidora no estádio da Gávea. Para isso, admite rever todo o contrato atual de 3 anos com o Maracanã, transformando o em um compromisso mais longo. Isso desde que exista a garantia de dinheiro para o patrimônio do clube.
"Nosso contrato pode ser válido até por três anos, ou ser rompido a qualquer hora. Poderíamos então assinar um contrato mais longo. Essa questão do investimento na Gávea ou no CT será acordada no contrato a longo prazo", contou o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Bandeira de Mello e Cidreira estiveram em conversas bem próximas durante seminário sobre negócios do futebol em São Paulo. Os encontros têm sido constantes.
A diretoria do Flamengo sabe que a Odebrecht precisa da assinatura do clube no Maracanã para viabilizar financiamento para as reformas no estádio, que somam mais de R$ 500 milhões. E também, sem o clube rubro-negro, não consegue alavancar a venda de camarotes para 2014.
Em contrapartida, a construtora também estuda formas de ajudar o fortalecimento do time rubro-negro, embora ainda não revele planos. "Estamos estudando formas de ajudar os clubes a melhorar seus times. Não posso revelar porque ainda está em estudo", contou Cidreira, que admite iniciativa similar para o Fluminense, que tem promessa de dinheiro para o CT.
Um dos projetos é a arena da Gávea. Mas a Odebrecht admite se envolver inclusive em viabilizar formas de o Flamengo ganhar dinheiro fora do negócio de arenas.
O empréstimo de R$ 27 milhões da empresa para o clube, como antecipação de receitas, não vingou. Mas qualquer dinheiro viabilizado para o Flamengo terá o carimbo que o obriga a investir no time. O plano é que, com uma equipe melhor e a disputa de campeonatos, a equipe rubro-negra terá condições de encher, com frequência, o Maracanã.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.