Topo

Caixa tem cláusula de preferência para batizar Itaquerão

rodrigomattos

08/04/2014 06h30

O contrato entre a Caixa Econômica Federal e o Corinthians para financiar o Itaquerão prevê uma preferência para compra dos direitos sobre o nome (naming rights) da arena em caso de proposta de outra instituição financeira. O clube informou que não há qualquer negociação com o banco para batizar o estádio. E a instituição financeira confirmou a prioridade neste tópico.

Ao mostrar o contrato com o estádio, blog mostrou como a Caixa tem controle sobre os negócios do Itaquerão a ponto de poder excluir os corintianos da gestão da arena. E o banco tem especial prerrogativa sobre os direitos sobre o nome.

De início, a Caixa tem que ser consultada sobre propostas para compra dos naming rights do estádio. Pela cláusula nona, item XLIV, está escrito que a Arena Itaquera, empresa que gere o estádio, tem que submeter à análise de crédito do interessado no negócio. Isso para garantir que esse tenha capacidade de pagamento.

Mas o item seguinte mostra que o banco pode ter interesse em batizar o estádio.  É o que está expresso pelo texto que obriga a empresa da arena a apresentar qualquer proposta de outra instituição financeira pelo nome. Veja no texto abaixo:

Isso não significa que a Caixa vai fazer uma proposta para batizar o estádio. Questionado pelo blog pela assessoria, Andrés Sanchez, responsável do clube pela arena,  informou que não há negociação em curso com o banco. Segundo ele, a cláusula serve mais como proteção para o banco. Há conversas com outras empresas, mas nenhuma está próxima de fechar no momento.

A assessoria da Caixa Econômica confirmou a preferência: "Trata-se de cláusula usual em contratos, ou seja, a CAIXA tem o direito de preferência sobre quaisquer outros", informou, sem responder se fará proposta pelos naming rights.

Além da preferência em casos de bancos, a instituição bancária federal tem a vantagem de saber em primeira mão o valor de qualquer proposta sobre o estádio. Lembre-se que ela já é patrocinadora do uniforme corintiano pelo qual paga em torno de R$ 30 milhões por ano.

Se usar sua cláusula de preferência e comprar os naming rights do Itaquerão, o banco passará por uma situação peculiar de pagar para si mesmo. Isso porque as receitas do estádio, incluindo os direitos sobre o nome, são destinadas a quitar a dívida com o intermediador e o BNDES pelo empréstimo de R$ 400 milhões. Isso vale também para o período de carência do empréstimo até o meio de 2015.

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Caixa tem cláusula de preferência para batizar Itaquerão - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


Rodrigo Mattos