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Uma Copa não se faz com hospitais e, sim, com gols de Klose

rodrigomattos

21/06/2014 17h59

Por 32 anos, a Alemanha carregou o título de ter o maior artilheiro das Copas: era Gerd Müller, com 14 gols. Esse título foi perdido em 2006 quando o brasileiro Ronaldo atingiu a marca de 15 gols. Nesta sábado, no Castelão, os germânicos recuperaram o título, desta vez dividido, com o 15o gol de Klose, que decretou o empate com Gana.

É irônico constatar que Ronaldo tem sua marca igualada justamente no Mundial em que teve papel polêmico em sua organização. Como membro do COL (Comitê Organizador Local), foi criticado ao afirmar que não se fazia uma Copa com hospitais, mas com estádios. Depois, voltou aos holofotes ao criticar os atrasos governamentais na organização do evento.

Brincadeira à parte (assim como o título acima), o atacante brasileiro admitira que secaria Klose para não ver sua marca igualada, ou superada. Pelo primeiro jogo, a Alemanha apresentava outro artilheiro com os três gols de Thomas Müller, oito no total. Mas, neste sábado, ele teve menos espaço na defesa ganesa.

Favorita que estreou com sobras diante de Portugual, a Alemanha encontrou muito mais dificuldades diante do bem composto sistema de proteção do time africano. Consolida-se como o melhor time do continente, pela segunda Copa seguida, apesar de ser difícil conseguir vaga na segunda fase. Enfim, o jogou tornou-se bom.

O primeiro gol saiu com uma cabeçada estranha de Gotze, que bateu em sua coxa antes de entrar. Parecia que a Alemanha abriria a porteira, mas Gana seguiu com seu jogo consistente. Forte atrás, rápida nas saídas de contra-ataques.

Tanto que virou. Primeiro, Ayew completou com bela cabeçada, essa não teve nada de bizarra, para deslocar o ótimo goleiro Neuer. Depois, Asamoah Gyan, destaque do Mundial 2010, recebeu livre após falha na troca de passes alemã. Chute eficiente, cruzado, como têm feito os centroavantes neste Mundial.

Gana jogava melhor, mas isso quer dizer pouca coisa em uma Copa de viradas. Entrou o predestinado Klose aos 24min do segundo tempo. Dois minutos depois ele completou para as redes após um escanteio.

Agora, ele tem gols em quatro Copas, marca só obtida por três jogadores. Ronaldo conseguiu os seus em três Mundiais. Só que o alemão ainda tem a possibilidade de jogar mais algumas vezes. A sina do ex-jogador brasileiro pode ser: o seu recorde pode ser quebrado na Copa que ajudou a organizar.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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