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Será que a seleção deve ter um centroavante fixo?

rodrigomattos

28/06/2014 16h47

Um resumo simples da classificação brasileira sobre o Chile nas oitavas de final seria: Júlio César redimiu problemas sérios da seleção durante a partida. Então, é preciso pensar o que se viu de errado no time nacional para que os adversários tenham tido o domínio em boa parte do jogo.

Há questões em todos os setores, e mesmo no sistema tático. Uma delas que se impõe é: o Brasil deve manter o esquema com centroavante fixo quando seus dois homens para a posição, Fred e Jô, não acertam o pé? De que vale ter um pivô que nem proporciona jogo ao ataque, nem faz gols? Os dois juntos têm um em quatro jogos.

Contra o Chile, Fred errou duas finalizações que um bom centroavante mandaria no gol. Seu substituto entrou confuso e só apareceu para dar uma pernada no goleiro Bravo. Pior do que o titular.

Ora, o técnico Luiz Felipe Scolari poderia pensar em colocar mais um jogador ofensivo no time, Bernard e Willian seriam opções, e adiantar Hulk, que foi bem no jogo apesar do pênalti perdido e do erro no gol.

Uma vantagem seria ter mais um homem no meio de campo. Afinal, o Brasil viu o Chile dominar a posse de bola no tempo normal, o que só se igualou na prorrogação com os chilenos mortos.

Um terceiro problema é a zona que toma conta da defesa brasileira em certos momentos. Esse desacerto, apesar de o time contar com dois bons zagueiros, ocorre pelas falhas de marcação de Marcelo e Daniel Alves. Foi no setor do primeiro que saiu o gol do Chile, embora em falha de Hulk. E o segundo tem entregado seguidos contra-ataques aos rivais, além de ter um reserva confiável como Maicon.

Claro, isso não é uma verdade absoluta. O Brasil teve um bom início de jogo, com superioridade visível sobre o Chile. Só que essas falhas da equipe pesaram para desequilibrar a partida em favor dos chilenos em vários momentos da partida.

Além disso, o cansaço de Neymar teve peso decisivo sobre a queda de rendimento brasileiro. Tal é a dependência do time dele que suas dores se tornarão uma questão nacional nos próximos dias.

Enfim, com o time nas quartas de final, é hora de Felipão pensar em alternativas ao jogo baseado em lançamentos longos dos zagueiros e bolas no Neymar. É a forma de se preparar para enfrentar adversários mais fortes que virão pela frente.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


Rodrigo Mattos