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Após se afastar, CBF muda de tática e agora preserva Marin

rodrigomattos

10/06/2015 06h00

Logo após as prisões na Suíça pelo escândalo da Fifa, a diretoria da CBF fez um esforço para se dissociar do vice-presidente José Maria Marin, detido na operação. Nesta semana, o presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, mudou de tática e tem preservado o dirigente com um discurso de legalidade.

Primeiro, a diretoria da CBF foi célere em retirar o nome de Marin da fachada da sede da entidade. Segundo, deixou sua defesa a cargo da Conmebol. Terceiro, já queria criar uma regra para substituição do dirigente nesta semana.

Só que presidentes de federação ficaram irritados com algumas dessas atitudes por entenderem que o cartola tinha sido abandonado por Del Nero. Em paralelo, a coluna de Elio Gaspari, do Globo, publicou que Marin poderia aceitar fazer um acordo de colaboração com a Justiça dos EUA em troca de ajuda nas investigações.

Nesta semana, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou que não há como excluir Marin da CBF em definitivo por enquanto. "Existe um rito legal. Enquanto não houver um processo concluído, não há como", disse o cartola. As suspensões do dirigente devem ser renovadas indefinidamente.

Em audiência na Câmara, Del Nero disse que o nome do prédio da CBF não foi modificado ainda, o que só poderia ser feito pela assembléia das federações. Em paralelo, seus diretores informaram que a entidade tentou prestar ajuda jurídica a Marin, mas que ele já tinha contratado advogados.

Mais do que isso, o presidente da CBF trocou o discurso frio dos primeiros dias – em que apenas lamentou o fato – por um acolhimento. Aos deputados, chamou Marin de "companheiro" e "irmão".

"A gente sente. Dói na pele, corta o coração saber que está sendo acusado. A gente torce que viesse a ser absolvido. Torce para os amigos para que tenham sorte no momento de dificuldade. Qualquer amigo que esteja envolvido", analisou o cartola.

O que se mantém igual é a tentativa de Del Nero de se dissociar dos atos da gestão de Marin. Nega a assinatura de contratos, e outras decisões administrativas.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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