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Petrobras rescinde patrocínio da Copa do Brasil após escândalos na CBF

rodrigomattos

29/01/2016 05h00

A Petrobras rompeu o contrato de patrocínio para a Copa do Brasil que tinha assinado com a empresa Klefer Produções e Promoções, parceira da CBF, e investigada pelo FBI. O motivo foi a falta de credibilidade do futebol brasileiro após escândalos que envolveram a entidade, segundo o blog apurou. Questionada, a estatal diz apenas que se trata de um esforço para reduzir os investimentos em patrocínio, e se concentrar em outros esportes.

Em parceria com a Traffic, a Klefer detém os direitos das placas de publicidade da Copa do Brasil a partir de 2015. Foi o ex-presidente Ricardo Teixeira, em 2011, quem vendeu os direitos à empresa que pertence ao seu amigo de Kléber Leite. Investigação do FBI apontou que Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero receberam propinas para dar esses direitos da competição à Traffic, e há a suspeita também sobre a transação com a Klefer.

Antes do escândalo, no início de 2015, a Petrobras tinha assinado a renovação do patrocínio da Copa do Brasil. Fechou um contrato de três anos com a Klefer para o pagamento de R$ 18,9 milhões, sendo pouco mais de R$ 6 milhões por ano. Era um novo acordo já que a estatal patrocinava o campeonato desde 2011 por meio de compromisso com a Traffic. Ré confessa do pagamento de propinas, a Traffic é interveniente no novo contrato.

No acordo de 2015 a 2017, ao qual o blog teve acesso pela Lei de Acesso à informação, há a cláusula 12a que prevê que o acordo pode ser rompido no caso de a Klefer ou um dos sócios cometer "qualquer ato que cause dano à Petrobras e/ou à BR, inclusive no que diz respeito à imagem institucional". Se não houver justificativa para o rompimento, tem que ser paga rescisão do contrato.

Por meio da lei, a Petrobras disse ao blog: "Informamos ainda que em 28/10/2015 foi assinado um distrato entre as partes, pelo qual o patrocínio foi descontinuado para os anos restantes, ou seja, 2016 e 2017". Internamente, a justificativa da estatal para o rompimento foi a perda de credibilidade do futebol brasileiro após os escândalos de corrupção com a prisão de ex-presidentes da CBF.

Com a rescisão, o dinheiro público deixa de alimentar o suposto esquema de corrupção de contratos da Copa do Brasil, revelado pelo FBI. A CBF não quis se pronunciar sobre a posição da Petrobras. Executivos da Klefer foram procurados, mas não retornaram ligações.

Já a Petrobras atribuiu a rescisão a cortes nos patrocínios: "O contrato de patrocínio à Copa do Brasil foi descontinuado a partir de 2016 como parte de um esforço de redução dos custos com patrocínios. A Petrobras salienta ainda, no que diz respeito a patrocínios esportivos, que procurará focar as suas ações em modalidades olímpicas e esporte motor."

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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