Bancada da bola divide-se em votação de impeachment de Dilma
rodrigomattos
18/04/2016 06h00
A bancada de deputados ligados à bola se dividiu na votação da admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Houve quase igualdade de votos para levar o caso para o Senado Federal e que rejeitavam a denúncia.
O blog analisou nove deputados que são notoriamente ligados a clubes, à CBF ou ao lobby de dirigentes. Na lista, cinco votaram em favor de aceitar o impeachment e quatro contra. Uma divisão bem mais equilibrada do que a votação final. Isso mostra como a bancada da bola permeia vários partidos do Congresso.
O deputado mais atuante da bancada da bola no processo de impeachment foi Jovair Arantes (PTB-GO), relator da acusação contra a presidente. Em seu relatório, ele condenou Dilma por supostas manobras fiscais irregulares que configurariam crime de responsabilidade.
Ironicamente, o próprio Jovair, como vice-presidente, foi um dos responsáveis por gestões desastrosas no Atlético-GO com seguidos déficits. Não por acaso ele tentou enfiar uma gambiarra na Lei do Profut para amenizar a responsabilidade de dirigentes por problemas fiscais, justamente o que ele cobrava de Dilma no governo. Jovair, óbvio, votou a favor de dar sequência ao processo contra a presidente.
Entre os deputados ligados à CBF, também houve divisão. Sócio do presidente da entidade Marco Polo Del Nero, Vicente Cândido (PT-SP) votou contra o impeachment. Foi a mesma posição adotada por José Rocha (PR-BA) que já teve diversas campanhas financiadas pela confederação e ajudou a enterrar uma CPI contra a entidade.
Já o diretor de ética e transparência da CBF, Marcelo Aro, votou a favor de aceitar o processo de impeachment, mesma posição de Marcus Vicente (PP-ES), que é vice-presidente da CBF e chegou a substituir Del Nero. Outros favoráveis foram Evandro Roman (PSD-PR) que é ex-árbitro e tem participação ativa na política da Federação Paranaense, e o ex-jogador Deley (PTB-RJ).
Por fim, foi contra o impeachment o ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez (PT-SP), o que era esperado visto sua proximidade com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os ex-ministros do Esporte, tanto Orlando Silva (PCdoB-SP) quanto George Hilton (PRB-MG) foram contra a continuidade do processo para saída da presidente Dilma.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.