Flu é justo campeão da Primeira Liga. Pela altivez e por Levir
rodrigomattos
20/04/2016 23h59
Não foi fácil o início de temporada do Fluminense. Maus resultados em campo, confrontos de sua diretoria com a federação e a CBF e depois o tumulto em torno do vai-não-vai de Fred. Pois o time superou esses obstáculos para ser o campeão da Primeira Liga.
O campeonato é simbólico por ser o primeiro em muito tempo em que os clubes tomaram a organização nas suas mãos. A última vez ocorreu com a Copa João Havelange, em 2000. Independentes mesmo, só em 1987.
Ao lado do Flamengo, a diretoria do Fluminense foi essencial para viabilizar a competição ao enfrentar a Ferj quando esta tentou sufocar a Primeira Liga. Seu presidente Peter Siemsen bancou a competição e a sua torcida também como mostraram os 23 mil presentes no estádio de Juiz de Fora. Foi uma bela festa com apenas uma nota triste de meia dúvida de arruaceiros em confronto com a polícia no final.
Em campo, o time que não tinha padrão encontrou no técnico Levir Culpi uma nova forma de jogar, mais veloz, e envolvente, calcada em garotos. O jovem Gustavo Scarpa tornou-se o principal articulador do time, e aliou-se a ele a volta de Gerson, os piques do atacante Marcos Junior, autor do gol do título. O próprio Levir reconhece que não é um time pronto, mas há um caminho.
Sem Fred, Levir parece ter encontrado na velocidade a vocação deste time com vários jogadores chegando e se movimentando na linha ofensiva. Foi assim que dominou o Atlético-PR desde o início do jogo. É verdade que, sem o centroavante, perdeu-se um pouco de poder de finalização. E demorou para sair o gol.
O time paranaense teve um bom momento apenas no final do primeiro tempo quando conseguiu envolver a defesa tricolor e teve chances de gol. Chegou a botar uma bola na trave. De resto, mostrou mais disposição do que qualidade.
Ao final, a taça da Primeira Liga foi entregue pelo presidente da entidade, Gilvan Pinho Tavares, que é também presidente do Cruzeiro. Há muito tempo não se via um dirigente de clube entregar o troféu para outro time. Espera-se que os grandes do Brasil entendam que é assim, juntos, que vão evoluir.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.