Brasileiro tem excesso de erros de arbitragem com menos juízes Fifa
rodrigomattos
01/06/2016 06h00
O início do Brasileiro-2016 teve excesso de erros de arbitragem ao mesmo tempo em que houve uma redução na escala de juízes Fifa, teoricamente, os melhores. A comissão de arbitragem CBF atribui o aumento de reclamações ao fato de os árbitros utilizados serem menos experientes. E afirmou que não tem como testá-los na Série A sem escala-los.
Até a quarta rodada, o blog identificou pelo menos nove erros graves de arbitragem, seja em marcações de pênaltis ou de gols irregulares. Nem considerou outras falhas menores como não marcação de faltas que originaram gol, ou lances polêmicos. Veja a lista mais abaixo.
Pois bem, até a quinta rodada de 2016, a CBF escalou 18 árbitros Fifa para as 50 partidas. No Brasileiro de 2015, a confederação tinha colocado 25 deles em campo. A confederação tem a estratégia de promover mais juízes novatos, ao mesmo tempo que sofre com alguns desfalques de juízes top.
"Nestas três primeiras rodadas, demos oportunidades a árbitros. Sabíamos que poderíamos ter mais reclamações porque esses árbitros não são tão conhecidos, por isso, não tão respeitados pela mídia e por jogadores", explicou o presidente da comissão da CBF, Sergio Corrêa. "No ano passado, escalamos árbitros internacionais até a 15a, 20a rodada, para dar estabilidade. Fizeram muitos jogos repetidos. Tinham mais respeito."
Além disso, lembrou que há outros juízes Fifa afastados por contusão, ou na Copa América (são dois). Ele defendeu que não tem como o árbitro ser testado para Série A em outras divisões. Entende que não houve um excesso de erros, e aponta dados positivos como maior tempo de bola em campo, além de maior respeito dos jogadores. Mas admitiu que alguns foram mal.
Entre eles, está o árbitro Diego Almeida Real que apitou Flamengo x Chapecoense, marcando dois pênaltis inexistentes, um para cada lado. "Esse passará por uma reavaliação, respondendo a questionários", contou Corrêa. Também reconheceu falha de Elmo Resende de Freitas ao deixar de marcar penalidade para o Corinthians, diante da Ponte Preta. "Um equívoco e transformam a arbitragem em horrível", defendeu.
O presidente da comissão disse, no entanto, que falhas que têm influência no resultado do jogo são consideradas mais graves na avaliação da comissão. Neste caso, o árbitro costuma apitar algumas partidas pela Série B antes de voltar a ter chance na elite. "Desde o ano passado, fazemos uma progressão de carreira para tentar buscar talentos. Ver quem se destaca nos Estados", avaliou Corrêa.
Pela progressão, o árbitro pode ser CBF-1, aspirante Fifa, ou do seleto grupo de dez juízes Fifa. Há ainda o especiais que são veteranos que não podem mais evoluir de categoria, mas ainda tem idade para apitar.
A rodada que teve menos erros foi justamente a quarta em que foram escalados cinco árbitros da Fifa. Um deles, Anderson Daronco, corrigiu um erro do auxiliar em gol que seria anulado do Flamengo contra a Ponte Preta. Ele ainda ignorou a decisão de outro bandeira no gol da Ponte, em lance discutível. Para a quinta rodada, a partir desta quarta, haverá três árbitros Fifa.
Veja a lista dos erros claros do Brasileiro da Série A até agora:
1a rodada
– Flamengo x Sport – Gol mal anulado do Sport em que não havia impedido
– Botafogo x São Paulo – Gol mal anulado do São Paulo em que não havia impedimento
2a rodada
-Fluminense x Santa Cruz – Pênalti mal marcado para o Santa Cruz (houve ainda um impedimento no escanteio que gerou um gol do Flu)
– Atlético-MG x Atlético-PR – Pênalti mal marcado para o Atlético-MG
– Botafogo x Sport – Gol irregular do Sport pois houve falta no goleiro Hélton Leite
3a rodada
– Figueirense x Santos – Pênalti não marcado para o Figueirense
– Corinthians x Ponte Preta – Pênalti não marcado para o Corinthians
– Flamengo x Chapecoense – Pênaltis inexistentes marcados para Flamengo e Chapecoense
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.