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O mito do australiano cricri não é verdadeiro

rodrigomattos

03/08/2016 09h52

Desde a abertura da Vila Olímpica, a Austrália tornou-se protagonista neste período pré-olímpico pelas suas críticas às instalações dos atletas. Virou até motivo de piada: outro dia ouvi algo do tipo: "Estou tão insatisfeito quando um australiano no Rio". Mas os eles são, de fato, cricris, frescos?

A resposta teria de ser um sonoro não diante da experiência que tive com atletas e membros da delegação do país da Oceania, e após visita ao seu prédio na Vila. A delegação da Austrália apenas apontou problemas reais e lidaram com sinceridade com eles.

Mas, eles ainda enfrentam questões menores em suas instalações, como pôde ser visto pelo blog na segunda-feira, quatro dias após o Comitê Rio-2016 dizer que tudo estava resolvido. Há água quente em alguns banheiros, e em outros não, enquanto privadas e chuveiros entopem. E há claros sinais de acabamento mal feito no prédio, além de sujeira no chão e nas paredes.

O que você faria se chegasse em um hotel no exterior para trabalhar e houvesse essas condições? Ficaria lá em instalações ruins ou reclamaria e exigiria melhorias?

Ainda assim, a delegação da Austrália faz elogios aos pontos positivos da Vila: os australianos gostaram da piscina e decoraram o prédio para se sentirem em casa. Sua chefia de missão diz que é a mais bonita já vista e que há boa vontade dos organizadores para solucionar rapidamente a questão. Havia encanadores no prédio lidando com questões no momento da visita ao local. Entraram no bom humor do prefeito Eduardo Paes e trocaram cangurus e chaves da cidade com ele.

O contato que tive com os australianos, assim como em Olimpíadas anteriores, mostrou um povo em geral simpático, aberto e sincero. Bem mais positivo do que mídias de outros países, que exageram nos defeitos brasileiros em busca de sensacionalismo. Talvez essa clareza em lidar com os problemas, em vez de disfarça-los com discursos políticos, possa ser o maior aprendizado que podemos ter com eles, bem além de encanamentos.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


Rodrigo Mattos