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Com ouro, seleção se reconcilia com futebol e com Maracanã

rodrigomattos

20/08/2016 20h29

Não foi uma revanche contra a Alemanha, nem vingamos o 7×1. Mas toda recuperação deve ter um primeiro passo, um início de caminho. E a seleção brasileira indicou ter começado sua caminhada de volta ao conquistar o ouro olímpico. Reconciliou-se com o futebol e com o Maracanã.

Não, a crise do futebol nacional não se esvaiu de repente. Mas há notícias positivas. Neymar assumiu o protagonismo que lhe cabe, seja na bola, seja com a torcida. O time adotou táticas modernas como a defesa avançada, o goleiro como líbero e uma linha de ataque de quatro à frente.

Essa ofensividade talvez seja o fator mais promissor do novo time de Rogério Micale. Sim, isso implica em se expôr e permitir três bolas na trave alemães no primeiro tempo. O time germânico, diga-se, era mais organizado, mais pronto do que o brasileiro. Não à toa: joga junto e igual desde categorias menores. E é um time experiente em seleção de base e em números de jogos da Bundesliga.

Por isso, o jogo foi equilibrado a maior parte do tempo. Porque o Brasil era a equipe mais talentosa em campo, rechaçando aqueles que dizem que não é uma geração frutífera. Neymar gastava a bola, seja armando, seja arrematando com perfeição. Renato Augusto era dono do meio de campo. Quase todos iam bem, exceção dos dois Gabriéis, sem achar espaço e errando nos lances finais.

Ao gol de Neymar, a Alemanha respondeu com bela jogada coletiva após falha na saída de bola do Brasil. O placar refletia o jogo. E o Brasil não se intimidou: saiu para o jogo. Faltou a conclusão correta às inúmeras jogadas criadas por Neymar para seus companheiros.

Cansados ambos os times, o jogo foi para os pênaltis. Ali, fez sentido a escolha de Rogério Micale por um goleiro que, além de saber sair do gol, pegasse pênaltis. E Weverton cumpriu seu papel pegando a quinta cobrança de Nils Petersen. Coube a Neymar fazer o Maracanã explodir como há um tempo não se via.

Ressalte-se que a torcida foi um espetáculo à parte. Esteve sempre com o time, vaiou os alemães, esteve junto a cada ataque. Até o zicado "Eu acredito", que um grupo puxou, foi abafado. Dizem que o Sudeste é hostil à seleção, e por isso Ricardo Teixeira e seus amiguinhos mantiveram a seleção longe do Maracanã na Copa-2014. Pois o estádio provou que é a casa da seleção. Quem sabe de uma nova seleção.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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