Topo

Após vencer queda-de-braço, CBF ganhará ao menos R$ 6 mi em jogo em Manaus

rodrigomattos

06/09/2016 06h00

Com Pedro Ivo Almeida

Depois de negociações para aumentar seu lucro, a CBF levará pelo menos R$ 6 milhões no jogo da seleção brasileira diante da Colômbia, pelas eliminatórias. Conseguiu isso graças a conversas para reduzir o aluguel pago na Arena Amazônia e para manter os preços exorbitantes de ingressos após pressão do Ministério Público.

Foram colocados à venda 42 mil ingressos. Até a noite de segunda-feira já tinham sido comprados 34 mil – a entidade tinha negociado três mil a mais, mas foram devolvidos por falta de pagamento. A expectativa da CBF era de que se esgotassem as entradas até a hora da partida.

Com isso, a estimativa da confederação é de uma receita entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões. Esse número pode ser maior já que a secretaria de Esporte do Amazonas estima levar R$ 600 mil pelo aluguel, que é de 7% da receita.

Esse aluguel, por sinal, foi reduzido para a seleção por meio de decreto. Para clubes, o percentual cobrado é de 10%. "Na verdade, no jogo da seleção, a operação é bem maior do que nos dos clubes. E, como o ingresso médio é mais caro, isso vai gerar uma boa renda", justificou o secretário de esporte do Estado do Amazonas, Fabrício Lima.

A CBF colocou como valor mínimo de ingresso R$ 210,00, considerado o preço cheio. O mais caro chega a R$ 400,00. Isso levou o Ministério Público a questionar esses montantes, bem superiores aos cobrados em outras praças. Mas a diretoria da confederação fez jogo duro, ameaçou tirar a partida da Amazônia e só aceitou uma redução de 5% no valor.

"As pessoas precisam entender que temos uns 20 mil lugares a menos que estádios como Brasília e Castelão. Pessoal tem um custo alto, precisa recuperar nos ingressos que têm. São poucos", afirmou o presidente da Federação Amazonense de Futebol, Dissica Valério Thomas, que reivindica um percentual entre 2,5% e 5% da renda do jogo para o futebol local.

Para se ter ideia, o recorde de renda da CBF é um amistoso da seleção no Morumbi, em 2014, com R$ 8,6 milhões. Só que, então, eram 62 mil pessoas no estádio.

O dinheiro do aluguel servirá para pagar um mês de manutenção da Arena Amazônia, que gira em torno de R$ 600 mil a R$ 700 mil. Há uma tentativa do Estado de operar o estádio no azul em 2016. Isso porque até 2015 a arena sempre deu prejuízo no saldo no final do ano.

"Nossa meta é essa. Estou há cinco meses e já trouxemos alguns jogos de cariocas (Flamengo x Vasco e Flamengo x Fluminense). Trabalhamos para mostrar que é possível", contou Fabrício Lima, que disse que se fechar no zero a zero será um gol de placa. "Sempre disseram que a Arena Amazônia era uma obra que não tinha que ser feita. Mas queremos viabilizar ela, seja para ceder por licitação ou continuar a administrar."

Para isso, além de jogos, Fabrício tenta realizar uma agenda de eventos: quer convencer noivas a casar no estádio e realizou alguns eventos corporativos. Outro sonho é levar shows internacionais já que, dois anos após a Copa, não foi realizado nenhum por lá até agora.

O estádio está em bom estado, com vestiários e instalações bem cuidadas, ao contrário de outras arenas do Mundial. Por isso, agradou a seleção. diretoria da CBF sempre disse que levaria a seleção para ajudar as sedes da Copa e evitar elefantes brancos. Mas a entidade deixa claro com suas atitudes que não vai abrir mão de lucros altos para isso.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Após vencer queda-de-braço, CBF ganhará ao menos R$ 6 mi em jogo em Manaus - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


Rodrigo Mattos