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Maracanã tinha 56 problemas após Rio-2016, aponta laudo da Odebrecht

rodrigomattos

06/01/2017 05h00

Após ser devolvido pelo Comitê Rio-2016 no final de outubro, o complexo do Maracanã tinha 56 irregularidades em relação ao estado de conservação anterior. É o que apontam sete laudos de vistoria da Odebrecht (controlador do concessionária do estádio) realizados durante novembro e obtidos pelo blog. O comitê, no entanto, afirma ter resolvido todas as pendências. Fato é que o estádio encontra-se em péssimo estado de conservação como mostrado pelo jornal "O Globo".

O relato da reportagem do jornal é de lixo acumulado, falta de luz, de móveis em camarotes e assentos fora do lugar. Há uma disputa entre a concessionária, Rio-2016 e o governo do Estado do Rio de Janeiro em relação às responsabilidades sobre os problemas do Maracanã.

Enviado para o Rio-2016 e para o governo, os laudos executados pela Odebrecht, no entanto, dão força ao argumento de que o comitê foi negligente ao cuidar do estádio quando estava sob seus domínios.  Antes disso, no final de 2015, a concessionária tinha desmobilizado a equipe que trabalhava no estádio por desinteresse em sua gestão.

No documento da Odebrecht, há casos graves como uma caixa de força elétrica danificada por incêndio no Maracanãzinho, móveis jogados e empilhados, cadeiras faltando em fileiras ou colocadas no lugar errada, restos de estruturas não recolhidos, vazamentos de óleo sobre cabos de energia, campo sem o gramado original, entre outros pontos. Há fotos de todas as irregularidades encontradas. No total, são 56 notificações de "não conformidades", como chamado nos laudos.

Fica claro nas imagens que o processo de ocupação e desocupação do comitê Rio-2016 foi caótico. Por exemplo, os móveis foram armazenados de forma desorganizada em depósitos, e se encontravam danificados e com ferrugem. Já as cadeiras foram retiradas de qualquer maneira e colocadas sem ordem com numeração aleatória.

Há também incidentes menores como a ausência de retirada de comunicação visual do Rio-2016, assim como a falta de reposição do que estava lá na época da concessionária.

O comitê Rio-2016 executava os serviços durante o mês de novembro, como mostram as fotos, quando já deveria ter entregue o estádio pronto. Foi obtido um aval do governo do Estado para que tudo se concluísse até o final de dezembro e o estádio fosse considerado como devolvido. A Odebrecht não aceitou e notificou as partes.. A matéria do "Globo" demonstra que esse processo não está completo.

"Não temos mais nada a ver com o Maracanã. Entregamos para o proprietário que é o Estado. A concessionária não tem nada a ver na nossa relação. Entregamos o estádio melhor do que recebemos", afirmou o diretor de comunicação do Rio-2016, Mario Andrada.

Há ainda um questionamento da Odebrecht em relação às contas não pagas durante o período da Rio-2016. No total, havia R$ 2,9 milhões em luz, e outros R$ 1,9 milhão de água, além de um pequeno valor em gás. O comitê Rio-2016 alega já ter resolvido a questão da luz com a Light. "Fizemos um encontro de contas com a Light e está tudo resolvido", afirmou Andrada.

Não havia luz no estádio desde a sexta-feira antes do ano novo, mas a Light nega ter executado qualquer corte no estádio.

Veja abaixo algumas das imagens do Maracanã do laudo feito pela Odebrecht:

Mobiliário dos camarotes empilhado em depósito no Maracanã

Vazamento no forro do teto do Maracanã





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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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