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CBF cria regra para impedir repetição de tentativa de "tapetão" do Inter

rodrigomattos

08/01/2017 04h00

Logo após a tentativa do Inter de impedir o rebaixamento no STJD, a CBF criou uma nova regra para impedir ações questionando a condição de jogo de atleta por problemas na transferência ou registro. Isso foi incluído no regulamento de competições da confederação de 2017. Se fosse válido em 2016, o clube colorado não teria como tentar tirar pontos do Vitória por suposta irregularidade de Victor Ramos.

A diretoria do Internacional foi ao STJD alegando que o registro do zagueiro do time baiano era irregular porque sua transação com o Monterrey não respeitara as regras da Fifa. Com isso, queria tirar pontos do Vitória e evitar o rebaixamento. A CBF alegou que a transferência era regular. O tribunal acabou arquivando o caso.

No dia 9 de dezembro, poucos dias após a ação do Inter, a confederação divulgou seu novo regulamento de competições. Entre outras novidades, incluiu um novo parágrafo 3 do artigo 35 que trata dos registros dos jogadores.

Diz o texto: "§ 3o Eventual irregularidade de ato de registro e/ou transferência não se confunde com irregularidade da condição de jogo, sendo de competência da CNRD, na forma do Art. 63, §1o do Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol (RNRTAF), apreciar e julgar tais irregularidades".

Com isso, o jogador não poderá ser considerado irregular por problemas no registro, segundo dois advogados ouvidos pelo blog. O caso irá para a comissão que trata de registros e transferências. Eventual irregularidade poderá ser punida com multas, advertência ou proibição de registrar. Mas não haverá mais possibilidade de tirar pontos no STJD como antes.

O caso de Victor Ramos não é único. Era comum que clubes procurassem problemas no registro de atletas de outros clubes. Na década passada, o São Paulo perdeu pontos no STJD para o Botafogo por causa de irregularidade no registro de Sandro Hiroshi, o que permitiu ao time alvinegro impedir o rebaixamento.

Questionada, a CBF não quis comentar essa mudança no regulamento. Além dessa modificação, a confederação também criou uma regra que dá à entidade o direito de excluir do Brasileiro um clube por ofensa. A medida é considerada ilegal por advogados por ferir a Constituição.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


Rodrigo Mattos