Reparos no Maracanã por abandono são estimados em pelo menos R$ 20 milhões
rodrigomattos
22/02/2017 04h00
Uma estimativa inicial aponta que os reparos necessários no Maracanã por conta do abandono são de pelo menos R$ 20 milhões. O valor pode subir a até R$ 30 milhões dependendo de avaliações mais profundas. Essa é a informação com que trabalha um dos consórcios que disputam a concorrência que não quis ser identificado. A Odebrecht informa que ainda não tem um montante preciso o que só será obtido após uma vistoria completa.
A questão de quem vai ficar com essa conta é o principal empecilho para a construtora dar sequência à venda da concessão para a Largardère ou para a GL Events, duas habilitadas pelo Estado do Rio de Janeiro. Essa discussão se estende e atrasa o desfecho. A Odebrecht entende que o Comitê da Olimpíada Rio-2016 é responsável por esses reparos.
Os principais consertos necessários são na cobertura, na parte elétrica e em cadeiras da arquibancada. No caso da cobertura, é preciso fazer manutenção e consertos na lona para reabrir o estádio com segurança. A avaliação é de que seria preciso R$ 9 milhões para esse item. A princípio, um laudo prévio não apontava danos que comprometessem a estrutura.
No caso das cadeiras, a Rio-2016 entregou o estádio com cadeiras com lugares trocas, e muitas delas quebradas. Além disso, o mobiliário de camarote estava jogado de qualquer maneira em depósitos. Isso precisa ser recuperado. A parte elétrica é a terceira preocupação. Há ainda o gramado cujo custo é mais baixo.
O laudo preliminar feito pela Odebrecht mostrava 56 irregularidades no estádio após a entrega pela Rio-2016. Mas a própria construtora se recusou a assumir a segurança e a manutenção do estádio por dois meses, agravando a situação e gerando roubos de cabos elétricos. O Rio-2016 nega ser responsável por qualquer reparo novo no estádio.
"Fizemos uma inspeção com a Odebrecht na entrega do estádio e a estimativa dos consertos era de R$ 400 mil", afirmou o diretor de comunicação do Rio-2016, Mario Andrada. "Temos um laudo da SBP e outro da Promo mostrando que os danos a cobertura foram apenas um furo na lona e uma colocação de som."
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.