Fazenda invadida é ligação entre Teixeira e investigação de jogo da seleção
rodrigomattos
25/07/2017 11h39
Entrada da fazenda Santa Rosa de propriedade de Ricardo Teixeira, em Piraí (RJ) (Foto: Cecília Acioli-14.fev.2012/Folhapress)
Invadida pelo MST (Movimento dos Sem Terra), o complexo de fazendas Santa Rosa em Piraí, de propriedade de Ricardo Teixeira, esteve envolvido em um dos esquemas investigados de dinheiro relacionados à seleção brasileira. Trata-se da suspeita de desvio de recurso público no amistoso entre Brasil x Portugal, em 2009, em Brasília.
Naquela partida, o Governo do Distrito Federal investiu R$ 9 milhões para a realização do evento. Esse dinheiro foi dado para a empresa Ailanto Marketing, recém-criada e que tinha como um dos sócios o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell, amigo de Teixeira.
Houve suspeita de superfaturamento nas despesas da partida o que gerou uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público em torno do caso. Teixeira negava qualquer vínculo com a Ailanto, alegando que ela comprara os direitos sobre a partida de forma indireta, sem participação da CBF.
Até que, em 2012, reportagens da "Folha de S. Paulo" revelaram ligação entre o cartola e a Ailanto. E esse elo se dava por meio da Fazenda Santa Rosa. A Ailanto tinha criado uma segunda empresa, a VSV Agropecuária, que funcionava no mesmo endereço da fazenda do então presidente da CBF.
Mais do que isso, Vanessa Precht, sócia da Ailanto juntamente com Rosell, assinou um contrato de arrendamento de parte da fazenda, a Santa Rosa 3, no valor de R$ 10 mil por mês, em um total de R$ 600 mil por cinco anos. A Polícia Federal encontrou cheques justamente neste valor de Vanessa Precht para Ricardo Teixeira.
Só que nunca houve uma atividade agropecuária exercida por empresa independente como revelaram funcionários da Santa Rosa. Todas as terras continuaram sob posse do então presidente da CBF. Ou seja, havia suspeita de que o contrato teve como objetivo justificar pagamentos relacionados ao amistoso.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.