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Bandeira se diz insatisfeito com ano do Fla, mas não vê fracasso total

rodrigomattos

16/12/2017 06h00

Encerrada a final da Sul-Americana, com a derrota para o Indepediente, o Flamengo fechou o ano de 2017 com apenas um título do Estadual. Acumulou duas decisões sem sucesso e uma sexta colocação no Brasileiro, apesar de um alto investimento no elenco.

Em entrevista ao blog, o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, admite que não ficou satisfeito com o resultado da temporada, mas ressalta que não vê um fracasso total. Para ele, seria um erro adotar a política de terra arrasada com mudanças drásticas no elenco e departamento de futebol. Admite, sim, alterações pontuais nos dois. O diretor de futebol, Rodrigo Caetano, por exemplo, fica no clube, nas palavras do dirigente.

Bandeira também admite os problemas na final da Sul-Americana enfrentados pela torcida, assim como a necessidade de aprimorar o programa de relacionamento com organizadas.

Blog: Qual a sua avaliação da temporada?

Bandeira: Quem tem que avaliar melhor são vocês. Vou estar sempre insatisfeito, querendo que o Flamengo ganhe tudo. Então, se não ganhou tudo, não foi o ideal. Agora temos que ver que há algo positivo também.

Blog: Mas é a diretoria que avalia para tomar decisão se vai mudar algo. Vocês já decidiram se haverá mudanças no departamento de futebol?

Bandeira: Não terá política de terra arrasada, não terá caça às bruxas. Vamos avaliar mudanças pontuais.

Blog: Como fica a situação de Rodrigo Caetano e Reinaldo Rueda?

Bandeira: Ficam os dois.

Blog: E a situação do Mozer como gerente de futebol?

Bandeira: Isso tudo a gente não parou para discutir.

Blog: Em relação ao elenco, qual a sua avaliação do desempenho? Chegou na decisão da Sul-Americana e jogadores em quem houve alto investimento como Geuvânio e Rômulo sequer ficaram no banco?

Bandeira: Vamos fazer alterações pontuais. As competições sul-americanas só podem ter sete no banco então o Flamengo como tem um elenco numeroso deixa atletas de fora. Há jogadores que sabemos que são bons, mas chegaram ao Brasil e talvez não tenham tido tempo para a adaptação. Tivemos problemas de contusões inesperadas como Berrío. Tivemos o problema do Paolo. Ninguém fica sem o seu centroavante sem sofrer dano.

Blog: Pode-se discutir que o resultado da final é imprevisível, mas no Brasileiro de pontos corridos que é o melhor parâmetro o Flamengo ficou em sexto após um investimento alto. Não está abaixo do esperado?

Bandeira: Não estou satisfeito. É verdade que a gente poderia ter ficado em uma posição melhor. Em 2016, ficamos melhor, mas não tinha nenhuma competição para atrapalhar. Neste ano, foram 84 partidas. Não é trivial. Mas não estou dando desculpa por a gente não ter ganho.

Blog: Mas, ao pensar no início do ano, o senhor não esperava ter um desempenho melhor diante de tudo que foi investido?

Bandeira: Sempre esperava mais. Esperava estar no lugar do Grêmio disputando o Mundial. Não foi possível. Conseguimos umas coisas, e outras não. Mas não é o caso de fracasso total. Há exemplos de clubes que decidiram mudar tudo e não deu em nada. E há exemplos de clubes que mudaram algumas coisas e tiveram sucesso.

Blog: O Flamengo tem uma situação complicada em relação a Guerrero porque só pode tomar uma decisão com a sentença definitiva, mas não tem centroavante. O que fará?

Bandeira: Tem que trabalhar dentro dessa realidade.

Blog: O clube terá menos dinheiro para investir em 2018 do que em 2017. Como se fará para atender às necessidades do elenco?

Bandeira: Há uma noção errada de que o Flamengo tem rios de dinheiro. Trabalhamos dentro do nosso orçamento, não temos uma Crefisa. Não vamos nos afastar da responsabilidade de executar o que der. Mas não temos salários ou impostos atrasados como outros clubes.

Blog: Para além do elenco, o Flamengo tem um problema sério a lidar que é a violência em seus jogos decisivos. O que o clube fará para melhorar os serviços ao seu torcedor que sofreu muito na decisão diante do Independente com episódios de violência?

Bandeira: A gente tem que entender o que pode melhorar. Fora do Maracanã está fora do nosso alcance. Mas podemos discutir procedimentos melhores fora do estádio. Essa questão da comunicação é importante também e usamos isso (mensagens pedindo paz com Independente e pedidos para torcida chegar mais cedo). Quem chegou mais cedo ao estádio não teve problema.

Blog: Ao mesmo tempo, o clube mantém uma relação institucional com torcidas organizadas. Uma delas, a Raça-Fla, é acusada pela PM de participar da invasão ao estádio. O clube vai mudar essa relação?

Bandeira: Absolutamente, tudo é declarado e contabilizado nesta relação. Tínhamos um contrato em vigor que tinha que ser cumprido. Vamos avaliar se essa relação precisa ser aperfeiçoada. Não tivemos tempo ainda de conhecer todos os detalhes (dos eventos da final). Vamos analisar procedimentos para saber se precisam ser revisados.

Blog: Mas não preocupa o clube esta relação que é alvo inclusive de um inquérito policial?

Bandeira: Aconteceu a maior parte dos problemas fora do estádio. Tem que se enquadrar os responsáveis. Vamos apurar no clube. A relação com sócios é toda contabilizada e auditada. Mas pode melhorar. Vamos aprimorar internamente.

Blog: O clube apoia o funcionário Claudio que está preso na investigação em relação à relação com organizadas?

Bandeira: Claro que sim. Acreditamos que ele será solto.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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