Fifa lida com disparidade técnica e oposição para mudar Mundial de clubes
rodrigomattos
18/12/2017 10h39
Desde o meio do ano, o presidente da Fifa, Giannni Infantino, vem insistindo na ideia de um novo formato do Mundial de Clubes, diante do fracasso financeiro da fórmula atual. O modelo pensado seria uma competição quadrienal com 24 clubes, uma espécie de Copa do Mundo de times. Só que esta ideia não é unanimidade entre dirigentes e não resolve a questão da disparidade técnica entre times.
Infantino tem falado de seu projeto na maioria dos encontros do Conselho da Fifa. Inicialmente, tinha pensado em um formato que teria até 13 equipes europeias. Recentemente, já mudou o modelo para oito times do velho continente, como disse aos seus pares no sorteio da Copa-2018, em Moscou. A competição seria no lugar da Copa das Confederações.
Só que o presidente da UEFA, Aleksander Seferin, não mostrou entusiasmo com a ideia. Esse seria uma apoio importante já que são justamente os times europeus que representariam a maior atração do torneio. A associação de clubes da Europa ainda não se posicionou.
Na América do Sul, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, está claramente mais animado com o projeto de volta da Copa Intercontinental, com o confronto entre um europeu e um sul-americano. É verdade que não haveria conflito entre as duas competições. Isso porque a Intercontinental poderia ser disputada nos três anos em que não haveria o Mundial.
Dentro da Confederação sul-americana, entende-se que haverá apoio dos europeus à volta da Intercontinental. Houve inclusive avanços comerciais em torno da negociação do torneio, que poderia voltar em 2019.
De qualquer maneira, todos os modelos estão em discussão também por conta do enorme abismo técnico entre os gigantes europeus e os times sul-americanos. As equipes do velho continente, turbinadas por muito mais dinheiro, ganharam nove das últimas dez edições.
Com oito times europeus em um Mundial, dependendo da fórmula, a competição poderia ser decidida só pelos clubes do velho continente, deixando os outros apenas como coadjuvantes. A Intercontinental continuaria a ter uma equipe sul-americana jogando por milagre diante do rival europeu mais forte, e o atual Mundial já se mostrou um fracasso.
É essa discussão que vai se desenrolar durante o ano de 2018 que será provavelmente o último do atual formato.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.