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CBF cobra por árbitro de vídeo valor maior do que transmissão top da Globo

rodrigomattos

12/02/2018 04h00

Teste de árbitro de vídeo (Divulgação/CBF)

O preço cobrado pelo CBF pelo árbitro de vídeo da Série A é superior à mais cara transmissão da Globo feita com produtores independentes. Não houve concorrência aberta no mercado, mas uma tomada de preço com empresas especializadas.

A confederação ressalta que o projeto inclui diversos custos como adaptações de estádios, importação de equipamentos e operadores. Produtores de televisão que não foram procuradores pela CBF dizem que seria possível fazer bem mais barato.

Durante o Conselho Técnico da Série A, a CBF apresentou uma conta entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por jogo pelo árbitro de vídeo. No total, cobrou R$ 500 mil por clube por um turno, valor correspondente aos R$ 50 mil por partida. No total, avaliou por R$ 20 milhões o pacote anual para todos. O custo foi o principal motivo apontado por clubes para recusarem o item.

O chefe de arbitragem da confederação, Marcos Marinho, contou ter feito levantamento com três empresas. Não houve concorrência, como acontecerá na Copa do Brasil. As imagens usadas seriam na maior parte da TV Globo porque têm de ser as imagens da transmissora oficial.

O blog obteve a tabela da Globo para produtores independentes na transmissão de jogos. Sem necessidade de deslocamentos, os preços variam de R$ 22 mil a R$ 42,3 mil por jogo, sem necessidade de áudio (o árbitro de vídeo não precisa). São quatro tipos de pacotes, variando número de câmeras e equipamentos.

No premium, há 13 câmeras de HD, e outros 11 itens de recuperação de slow, caminhão de unidade móvel, etc. Tudo isso seria usado no árbitro de vídeo.

Donos de duas produtoras ouvidos pelo blog, que não quiseram se identificar por medo represálias, disseram que o VAR pode ter especificidades, mas, basicamente, necessita de aparelhos similares aos das TVs. Na avaliação inicial de um dos produtores, seria possível baratear a operação a até pelo menos R$ 25 mil, metade do preço da CBF, sendo necessário analisar os dados.

Nenhum dos dois produtores, que trabalham para a Globo e para o Esporte Interativo em praças no Sudeste, Nordeste e Sul, foi procurado pela CBF. No mercado, a informação é de que apenas a produtora Broadcast TV, que é de fato uma das mais qualificadas do país, foi abordada pela entidade para cotar preços. É também uma das mais caras.

A Globo ainda é no Brasil a emissora conhecida por pagar mais aos produtores independentes. A Esporte Interativo chega a fazer jogos com custo de R$ 20 mil.

A confederação diz ter feito "uma tomada de preço com empresas especializadas e atuantes do mercado, que realizaram seus orçamentos baseados no escopo completo do projeto, operação e logística para a quantidade de jogos estabelecida, levando em conta especialmente as dimensões continentais do Brasil e as viagens decorrentes!"

Ao explicar o tamanho do projeto, a confederação ressalta que foram avaliadas pelas empresas as "intervenções necessárias em todos os estádios da Série A, a montagem das estruturas jogo a jogo, a capacidade de investimento em equipamentos próprios, a importação do material, desembaraços e questões aduaneiras, o sistema para recepção das imagens, o valor da mão de obra especializada para operar estes equipamentos, bem como seguros e manutenção."

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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