CBF ganha R$ 10 milhões por ano do contrato da Globo da Série B
rodrigomattos
14/02/2018 04h00
A CBF ganhará pelo menos R$ 10 milhões do contrato de televisão do Brasileiro da Serie B, assinado com a Globo e SporTV. Esse dinheiro será a título de taxa de administração de um acordo total de R$ 180 milhões. Os clubes devem ficar com cerca de 70%, pois a confederação ainda usará outra fatia para despesas de logística. A entidade não quis comentar os valores.
Na última semana, a diretoria da confederação não quis investir no árbitro de vídeo no Brasileiro da Série A alegando que não ganhava nada no campeonato. Mas, na Série B, quem negocia e assina o contrato pelos clubes é a CBF. Foi assinado um novo contrato válido de 2018 até 2022.
No Conselho Técnico da Segundona, nesta semana, ficou estabelecido que cada clube teria direito a uma cota de televisão no valor de R$ 6 milhões. Serão 18 clubes com esse direito, o que soma R$ 108 milhões. Coritiba e Goiás estão fora porque seus ganhos estão atrelados ao Brasileiro da Série A.
Além disso, os times tinham antecipado o recebimento de R$ 20 milhões. Ou seja, do total do contrato, restavam R$ 160 milhões a serem distribuídos.
Mas a CBF ficou com uma taxa de administração de 6,5%. Não ficou claro se esse percentual incide sobre o total ou sobre o que sobrou após as antecipações. Dessa forma, o ganho da confederação varia entre R$ 10,4 milhões e R$ 11,7 milhões.
A confederação também explicou aos clubes que outros R$ 30 milhões serão usados para despesas de viagens e logística da competição. Isso dá em torno de R$ 80 mil por jogo. Quem costuma fazer as viagens da CBF são as empresas de turismo de Wagner Abrahão, empresário envolvido em esquemas relatados em CPIs e no caso Fifa nos EUA além de já ter feito negócios com o presidente afastado da confederação Marco Polo Del Nero.
O restante do dinheiro seria usado também para itens de logística da competição, inclusive arbitragem. Assim, o dinheiro que a CBF declara em seu balanço investir na Série B é, na verdade, proveniente do contrato de televisão da competição. Restou, portanto, aos clubes essa fatia de menos de três quartos do dinheiro total do contrato feito com a Globo e SporTV.
A CBF não quis se pronunciar sobre os valores contratuais, alegando que os contratos são confidenciais. Veja na posição abaixo.
"Os contratos têm cláusulas de confidencialidade que impedem o repasse destas informações. A divisão das receitas essenciais foi estabelecida pelos clubes em negociação direta com a empresa detentora dos direitos e é integralmente cumprida. Já a divisão das cotas entre os clubes é feita de acordo com a decisão soberana do Conselho Técnico da referida Série. Este ano, os clubes optaram pela divisão igualitária dos valores".
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Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
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