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Sem times da Turner, todos os clubes podem ter queda de renda de TV

rodrigomattos

08/05/2018 04h00

Se os três clubes parceiros do Esporte Interativo (Atlético-PR, Bahia e Palmeiras) não assinarem com a Globo, todos os outros times podem ter perda de receita de televisão pelo Brasileiro em 2019. Explica-se: haverá impacto na venda do pacote do pay-per-view do Nacional e deixa de valer a garantia mínima da emissora de pagamento para os clubes.  Assim, a receita de TV destinada às outras 17 equipes pode cair no próximo ano.

Até agora, a Globo assinou com 17 times para TV Aberta e pay-per-view, mesmo alguns times que já tem contrato com o Esporte Interativo como Santos, Internacional e Coritiba. A questão é que esses aceitaram um acordo com fatores de redução por terem fechado parceria com a Turner. Atlético-PR, Bahia e Palmeiras não aceitam essa queda de valores.

O Esporte Interativo deu uma garantia a esses times de cobrir parte dos valores ganhos com a Globo na TV Aberta. Essa garantia foi prorrogada e os clubes podem estender a negociação até março de 2019.

A questão é esses três times bloqueiam praticamente 30% dos jogos da Série A para o pay-per-view e Aberta caso não assinem. Isso significa que o pacote a ser vendido pela Globo seria de 70% do atual. O assinante do ppv não necessariamente vai aceitar pagar o mesmo valor por um produto que não tem todos os jogos. Isso pode representar uma queda na arrecadação dos valores com o programa.

A Globo deu uma garantia mínima de R$ 750 milhões para os clubes caso as vendas não atinjam o valor esperado. Caso superem as expectativas, os times ficam com 38% do total do pay–per-view, sendo que o restante fica com a Globo. A questão é que, pelo contrato, se não houver adesão plena dos clubes, a garantia mínima não vale mais. A distribuição de receita será feita por fatia da torcida.

Para se ter ideia, clubes como Corinthians e Flamengo devem arrecadar mais de R$ 100 milhões em pay-per-view em 2019, o que representaria quase metade de suas receitas de televisão do Brasileiro. Proporcionalmente, outros clubes que têm forte presença no ppv como Atlético-MG e Cruzeiro também seriam afetados. A participação dos clubes nos ganhos do ppv é um outro questionamento feito pelo Atlético-PR em relação ao contrato: não concorda com a distribuição de receita que é feita por declaração de torcida.

Enquanto negocia com os clubes do Esporte Interativo, a Globo pensa em estratégias para evitar uma queda na receita do ppv no caso de um pacote incompleto. Entre outros pontos, há a possibilidade de se lançar novos produtos por internet para tentar maximizar receitas.

Outro ponto em que a Globo pode ser afetado é na venda de publicidade do seu pacote futebol para 2019. Isso costuma ser feito até o final do terceiro trimestre do ano anterior, mas a emissora agora não sabe o tamanho do que tem a oferecer. Mais um prejuízo lateral é no game Cartola FC, como revelou a "Folha de S. Paulo". Bahia e Atlético-PR já avisaram que não aceitarão nomes de seus times incluídos no programa se não tiverem assinado contrato.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


Rodrigo Mattos