Corinthians e Fla não aceitam cota igual e venderão placas separadamente
rodrigomattos
16/05/2018 04h00
Flamengo e Corinthians decidiram ficar de fora do grupo de 18 clubes que aceitou uma proposta pelo pacote das placas publicitárias do Brasileiro-2019 porque entendem que podem ganhar mais negociando individualmente. Ambos não aceitaram receber cotas iguais às outras equipes. A proposta para outros clubes só depende de detalhes contratuais para ser assinada.
A princípio, a proposta pelo pacote de placas do Brasileiro não muda apesar de perder 20% das partidas sem Flamengo e Corinthians. Ou seja, os outros times poderão dividir em torno de R$ 137 milhões por ano, oferecido pelo grupo de investidores organizado pelo banco Riza Capital. O time carioca e paulista aceitaram participar da venda conjunta de direitos internacionais, que todos os clubes assinaram.
A diretoria do Corinthians decidiu ficar de fora da negociação das placas porque pretende incluir os ativos como mais uma propriedade da sua arena, que precisa ter aumento de receita. Então, por exemplo, a venda de naming rights poderia ser acrescida de placas, ou de um acerto com um patrocinador do clube. Enfim, haverá flexibilidade para aumentar a receita.
A diretoria corintiana precisa aumentar a receita da arena para cobrir um pagamento mensal de R$ 6 milhões pelo empréstimo do BNDES. Atualmente, as rendas de bilheteria não são suficientes para fechar essa conta.
Já o Flamengo não quis aceitar a divisão igualitária dos valores das placas. O entendimento da diretoria rubro-negra é que sua marca tem maior valor e por isso deveria receber mais.
Como já acertou um contrato longo com o Maracanã, que ainda precisa de aval definitivo, o clube poderá explorar esse ativo dentro do estádio. Há inclusive um acordo com uma empresa de marketing para vender outras propriedades da arena como propaganda em telões. Assim, o Maracanã se torna mais rentável para o clube rubro-negro.
Ambos os clubes entendem que, desta forma, podem ganhar um valor superior aos R$ 7 milhões que seriam destinados a cada clube por ano.
Tradicionalmente, as placas em volta do campo no Brasileiro eram negociadas pela Globo que pagava um montante único aos clubes. Para o contrato de 2019, essa propriedade ficou do lado de fora. Em conjunto com os clubes, a CBF criou uma concorrência com agências de marketing para negociar as propriedades. Uma comissão de times definiu a melhor proposta entre agências concorrentes.
Segundo envolvidos na negociação, contratos de transmissão com a Globo preveem que a emissora continuará a exibir as placas como faz atualmente. Essa é uma pre-condição para o acordo com os 18 clubes.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
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O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.