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Preço do ingresso do Fla varia 350% para atingir público amplo e ter renda

rodrigomattos

19/05/2018 04h00

De volta ao Maracanã de vez, a diretoria do Flamengo estabeleceu praticamente dois tipos diferentes de preços de ingressos para seus jogos em 2018 com variação de até 350% entre eles. No Brasileiro (e no 1o jogo da Copa do Brasil), preços mais populares, intenção de encher o estádio e lucro baixo. Na Libertadores, valores altos, maior aparato de segurança e mais dinheiro em caixa.

Pela apuração do blog, esses preços superiores da competição sul-americana vão ser mantidos para as próximas fases. No Nacional, devem ser adotados mais baixos, com alguns em caso de maior atratividade como é caso do clássico com o Vasco.

Para efeito de comparação, a partida diante do Internacional, o Flamengo cobrou R$ 40,00 no ingresso do setor Norte (mais barato) para não-sócios. O público foi de 60.182 pessoas. Mas a renda ficou em R$ 1,4 milhão, sobrando menos de um sétimo para o clube: R$ 187 mil.

Diante do Emelec, pela Libertadores, o ingresso foi bem mais caro, chegando R$ 180,00 no ingresso do setor Norte (mais barato) para não-sócio. O público foi de 36.754 pagantes. A renda, no entanto, atingiu R$ 2,7 milhões, com sobras de R$ 878 mil para o clube.

Há uma diferença na estratégia da diretoria que, em 2017, tinha bilhetes caros quase em todas as partidas, inclusive no Nacional com o time fora da disputa. O novo modelo aumentou a presença de público no Maracanã, atingindo um torcedor que não vinha tendo dinheiro para ir às partidas.

Ao mesmo tempo, na Libertadores, o preço subiu para o público geral em relação a 2017 e desceu para o sócio-torcedor. Neste jogo, aumentou o esquema de segurança com perímetros de isolamento e maiores gastos com ingresso e operações de trânsito.

O objetivo era garantir a proteção ao torcedor após os eventos violentos na final da Sul-Americana, quando houve invasão do Maracanã, agressões e a polícia não conseguiu conter os marginais. Com o novo modelo de operação, o Flamengo tenta garantir que esse tipo de evento não volte a ocorrer e não afaste torcedores que estiveram naquele jogo e ficaram assustados.

A nova política de preços foi possível com a junção de metas financeiras do sócio-torcedor com a bilheteria. Explica-se: antes, os valores subiam muito para incentivar a adesão ao programa onde o ingresso é bem mais barato.

Na avaliação da diretoria rubro-negra, a fase do time, vitórias e derrotas, é o fator que mais influencia a presença do público. Mas sabe que preços de ingressos e segurança também têm peso decisivo no número de rubro-negros que vai ao estádio. Feitas as contas, o clube aposta em uma fórmula com grande variação de preços para atingir públicos diferentes, obter as receitas previstas e ter o Maracanã cheio.

 

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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