Entenda a estratégia do novo grupo que transmitirá Sul-Americana só na web
rodrigomattos
15/12/2018 04h00
A Conmebol anunciou nesta sexta-feira quem transmitirá a Copa Libertadores e Copa Sul-Americana no Brasil em 2019. As informações sobre a principal competição já eram conhecidos com a distribuição dos direitos entre Globo, Fox Sports, Sportv e Facebook. Foi anunciado oficialmente, no entanto, que a empresa Dazn transmitirá a Sul-Americana com exclusividade.
Aí surge a curiosidade: o que seria a Dazn? Pois bem é uma empresa do mesmo grupo da Perform que, juntamente com a IMG, comprou os dois direitos da Libertadores e Sul-Americana da Conmebol em licitação no ano passado por um valor anual de US$ 350 milhões. O objetivo era obter os direitos e revende-los.
Não houve ofertas consideradas atrativas pela Sul-Americana. Os direitos ficaram com a Dazn. Dentro do grupo, a grosso modo, a Dazn é a empresa responsável por transmissões por streaming de competições europeias com parcerias como a La Liga, Premier League, NFL, entre outros. E a Perform produz conteúdo para esses produtos.
Ao chegar ao Brasil, com sua primeira transmissão realizada agora em dezembro, a Dazn comprou direitos do Campeonato Italiano, Francês e agora ficou com os da Sul-Americana. Seu primeiro jogo foi um Juventus e Inter de Milão, pelo Italiano. Houve um pico de audiência de 400 mil pessoas, segundo a empresa.
O canal é de graça por enquanto e transmite pela suas páginas do Facebook e pelo Youtube. A ideia é que até março seja lançada uma plataforma que será cobrada. Assim, o Danz explicou a estratégia para o blog:
"O nosso serviço completo será lançado em março de 2019, onde os jogos – e outros conteúdos a serem anunciados – estarão disponíveis para serem assistidos em uma plataforma que estará disponível para todos os tamanhos de tela. Nós iremos oferecer um mês de acesso grátis para que os torcedores experimentem, em primeiro lugar, o nosso serviço. Os detalhes envolvendo preços serão revelados antes do nosso lançamento, no próximo ano", contou o grupo.
O grupo tem receitas entre US$ 300 milhões e R$ 400 milhões anuais, segundo sites de negócios do esporte. Isso representa, por exemplo, entre um quarto e um terço do total do faturamento aproximado da Globo com futebol. O que mostra que é o agente poderoso no mercado.
E sua estratégia é basicamente explorar os serviços por streaming como uma espécie de Netflix do futebol. Ou seja, tentar reunir conteúdo relevante e cobrar menos do que redes de TV fechada. É o que explica o Danz:
"O DAZN está mudando o jogo com um serviço flexível e acessível por um baixo custo mensal, disponível em todos os dispositivos que tenham internet, incluindo TVs, dispositivos de streaming, smartphones, tablets, computadores e consoles de videogames", explicou o grupo.
Durante a temporada de 2019, será possível avaliar melhor tanto a qualidade do serviço quanto o preço cobrado.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.