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Dupla Fla-Flu tem buraco de R$ 1,2 mi por mês para resolver no Maracanã

rodrigomattos

13/04/2019 04h00

Ao assinar o contrato para gerir o Maracanã, Flamengo e Fluminense passam a ter o desafio de resolver um buraco de R$ 1,2 milhão por mês nas contas do clube. Esse é o cálculo da diferença entre receitas e despesas no estádio considerando o novo modelo com alugueis mais baratos. Assim, objetivo dos clubes é reduzir gastos e aumentar receitas para zerar a conta, lucrando com suas bilheterias que são separadas da conta do equipamento.

Na sexta-feira, o Flamengo assinou contrato com o governo do Estado como permissionário do Marcanã, enquanto o Fluminense é interveniente por falta de CNDs (Certidão Negativa de Débitos). Com isso, o responsável jurídico é o clube rubro-negro. Só que há acerto entre os dois para dividir meio a meio os custos e receitas.

Pois bem, o Maracanã custa em torno de R$ 2 milhões por mês de operação e manutenção fora do jogo. Outros R$ 230 mil têm que ser pagos ao governo do Estado. Enquanto isso, as receitas mais ou menos garantidas do estádio giram em torno de R$ 1 milhão. Seriam 540 mil em aluguéis de jogos (consideradas seis partidas), e o restante do tour de visitação e de acordos de marketing.

"Entendemos que as receitas estão depreciadas. E a forma do equipamento ser gerido não era eficaz. Entendemos que outros gastos podem ser reduzidos. Existe convergência de pensamento de Flamengo e Fluminense de que o modelo fica de pé. Queremos ficar no zero a zero", afirmou o presidente tricolor, Pedro Abad.

A Odebrecht vinha operando com superávit operacional, isto é, as receitas eram maiores do que as despesas. Só que, para isso, cobrava aluguel de 15% sobre receitas de bilheterias altas como partidas do Flamengo na Libertadores. Em jogos menores, o aluguel era de R$ 120 mil e R$ 150 mil para clássicos. Agora, o valor é R$ 90 mil em todas as partidas. Além disso, bebidas e comidas também não ficarão mais para o estádio como antes.

Essa perda de receita do estádio terá de ser compensada, portanto, com rendas novas de camarotes e com cortes de custos. Uma das questões é se analisar se é possível rever contratos com fornecedores como empresa de segurança e limpeza.

"Tanto Flamengo quanto Fluminense adquiriram expertise na gestão do Maracanã porque a Odebrecht foi cada vez mais deixando a operação e aumentaram nossas responsabilidades. Temos que trabalhar para aumentar receitas", explicou o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim.

Internamente, dirigentes dos clubes admitem que, mesmo que tiverem prejuízo, a concessão de seis meses será benéfica. Primeiro, ganham extra com suas bilheterias mais livres de despesas da Odebrecht. Segundo, adquirem mais know-how sobre o estádio para saber como disputar a licitação definitiva do estádio.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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