A diretoria do Flamengo desistiu da contratação de Balotelli porque os números pedidos pelo atacante aumentariam a dívida do clube nos próximos anos. O jogador italiano fez uma pedida, incluídas luvas, que superava em muito o que o clube carioca estava disposto a pagar: girava em torno de R$ 2 milhões por mês. Na avaliação da diretoria rubro-negra, o jogador fez uma pedida mais alta até do que deve receber na Europa porque não estava muito disposto a vir para Brasil.

A negociação começou no início da semana passada quando intermediários contataram o jogador. Em conversa inicial por telefone, Balotelli indicou ao vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, que aceitaria jogar no Rio de Janeiro. Não foram discutidos valores neste momento.

A partir daí, a diretoria rubro-negra começou a procurar um contato com o procurador do jogador Mino Raiola. Ao mesmo tempo, fazia análise do orçamento com ciência de que a folha salarial estava no limite, e os gastos com aquisições tinham ultrapassado a previsão inicial. O próprio presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, admitiu que haverá um aumento de dívida neste ano com o alto investimento de R$ 200 milhões em contratações, mas que espera uma volta da dívida aos patamares anteriores em 2020.

Nas conversas iniciais, o agente de Balotelli sinalizou com valores que esperava receber pelo acerto com o Flamengo. Havia um salário que era até viável de se pagar. Mas, aliado a isso, havia um pedido de luvas parceladas pelos próximos anos em valores altíssimos que atingiram os R$ 2 milhões por mês. Isso daria R$ 24 milhões em um ano, desconsiderados o 13o salário.

A diretoria do Flamengo fez o cálculos do impacto desse total no início da semana. Os números foram analisados pelos dirigentes e foram considerados inviáveis. Haveria um aumento da dívida do clube em 2020 além do atual. Nem com a possível venda de Cuellar (por volta de 7,5 milhões de euros) o clube conseguiria cobrir a operação. Por isso, Landim vetou esse tipo de investimento. No clube, a negociação passou a ser vista como muito improvável de ser concluída.

Os membros do departamento de futebol do Flamengo, Marcos Braz e Bruno Spindel, viajaram com a missão de mostrar aos representantes de Balotelli uma proposta menor. Isso não foi aceito pelo staff do atacante. O entendimento da diretoria rubro-negra é que pesou para isso a vontade do jogador de ficar na Europa. Há o sonho de voltar à seleção italiana, além da possibilidade de jogar na sua cidade de origem Brescia. Após dois dias de conversas, as reuniões foram encerradas na quinta-feira. Balotelli tem outras propostas da Europa como do Brescia.