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Vasco vendeu mando de campo no clássico com Fla e jogou milhões pelo ralo

rodrigomattos

20/08/2019 17h48

O Vasco vendeu o mando de campo no clássico contra o Flamengo, no domingo, supostamente para arrecadar mais. Jogou em um Mané Garrincha com muito mais torcedores rivais e literalmente jogou dinheiro fora. Houve um desperdício de pelo menos R$ 1,5 milhão diante da renda líquida e mesmo o Maracanã aparecia como uma alternativa mais vantajosa.

A negociação do jogo foi feita pela diretoria do Vasco no final de 2018 para uma empresa do ex-jogador Roni. Houve o pagamento antecipado e depois o contrato foi rescindido. Não ficou claro que empresa assumiu a partida, mas fato é que houve uma terceirização. Nas palavras do presidente do VAsco, Alexandre Campello à Rádio Globo:

"Esse jogo contra o Flamengo estava vendido desde dezembro passado. Recebemos uma parte antecipadamente e, há um mês mais ou menos, recebemos mais uma parte. No meio do caminho, havia um impedimento em relação a empresa que havia comprado esses direitos e nós tivemos que assumir a responsabilidade do jogo e trocar essa empresa", disse ele em entrevista. O valor recebido inicialmente foi de R$ 500 mil e depois, mais recentemente, foi recebida uma outra parte, cujo montante não foi revelado.

Pois bem, a arrecadação do jogo ficou em R$ 5,285 milhões. Sobrou de renda líquida um total de R$ 2,475 milhões. Ou seja, o Vasco teria ficado com um valor entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões a mais do que entraram em seus cofres de fato, a depender de quanto foi a cota final do clube – não informada por Campello.

Mas a questão é que o prejuízo provavelmente foi bem maior. Explica-se: se tivesse a gestão do jogo, o Vasco provavelmente poderia reduzir as altíssimas despesas operacionais da partida. No total, foram R$ 2,8 milhões em custos.

Desse valor da renda, R$ 780 mil foram destinados às federações estaduais, isto é, 15% da renda total. A Ferj ficou com R$ 520 mil por um acordo com o Vasco, sendo 5% da renda por aceitar a transferência e 5% extras. O restante foi para a Federação Brasiliense. Há um item de despesa que são os impostos da federação brasileira: reduziu em R$ 100 mil a renda líquida.

O aluguel pago, de R$ 180 mil, é o dobro do que o Vasco pagaria no Maracanã pelas regras atuais para a concessão para a dupla Fla-Flu.  E a despesa operacional (jogo mais estádio) soma cerca de R$ 1 milhão. É um valor alto até para o estádio caro como o Maracanã que tem tido uma redução de custos agora coma  gestão da dupla Fla-Flu.

Em resumo, uma gestão eficiente do jogo não teria feito o Vasco ganhar mais R$ 1,5 milhão, o clube poderia ganhar muito mais do que isso. Alega o presidente vascaíno Campello que é difícil para um clube do Rio administrar jogos fora do Estado. Bem, o Flamengo, rival do domingo, já jogou no estádio vendendo os direitos para uma empresa ou gerindo a própria partida e ficando com a renda.

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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