Desnível entre Fla e Grêmio deve ser maior preocupação de Renato
rodrigomattos
03/10/2019 04h00
Ao final da primeira partida da semifinal da Libertadores, uma análise pragmática poderia ver ângulos positivos para os dois times. O Flamengo empatou fora de casa podendo decidir a vaga no Maracanã. E o Grêmio foi dominado a maior parte do tempo e saiu vivo com um empate.
Mas a pior a notícia para time gremista é o fato que, ao contrário do que se previa antes da eliminatória, há um desnível entre as duas equipes. Na realidade, o Flamengo se mostrou um time bem superior ao time gaúcho.
Lembremos que o Grêmio não tinha três titulares, Leonardo, Geromel e Jean Pierry. Desses três, os dois últimos podem eventualmente jogar na próxima semifinal. E, sim, podem melhorar o time principalmente no meio-campo também com a possibilidade de Maicon poder jogar mais tempo.
Feita essa ressalva, o meio-campo e o time rubro-negro mostraram-se amplamente superiores durante 45min. E, nos momentos difíceis do segundo tempo, também mostraram jogo de mais qualidade do que o gremista. Arão e Gerson foram dominantes na marcação, e no toque de bola, assim como Everton Ribero foi o armador que o Grêmio não tinha.
Mesmo no melhor momento gremista, os jogadores rubro-negros tiveram uma calma e precisão impressionantes ao girar a bola, envolver o Grêmio com toque de bola até o cruzamento de Arrascaeta para o gol de Bruno Henrique. Não foi à toa que o Flamengo chegou a três outros gols anulados por ação – duas intervenções corretíssimas e uma delas inconclusiva no impedimento de Gabigol.
A realidade é que, jogando em casa, o Grêmio nunca exibiu o futebol de imposição, de marcação de pressão avançada e de circulação de bola que é o seu hábito. Foi pressionado na marcação em seu campo e não conseguia sair com a bola com qualidade. Seu principal craque Everton Cebolinha ficou encaixotado entre jogadores rubro-negros, por mérito do time carioca e por demérito da equipe gaúcha que não o punha em situações de 1×1.
Ao final, apesar da imposição rubro-negra, o Grêmio conseguiu, sim, acertar contrata-ataques e um deles acabou nos pés de Everton que chutou para a conclusão de Pepe.
Não há dúvidas que, considerada a tradição e a capacidade de reverter resultados, o Grêmio pode conseguir à classificação da final da Libertadores no Maracanã. Já o fez contra o Palmeiras, e pode repetir. Mas, analisada a primeira partida da semifinal, o Flamengo tem elementos do jogo de futebol que faltam ao Grêmio.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.