O "Sportv" mostrou nesta tarde áudios do VAR no jogo Athletico x Flamengo que supostamente eram do momento da anulação do pênalti de Léo Pereira em Lucas Silva. Só que os sons não são da hora em que a marcação foi definida, nem de qualquer período em que a partida ocorria. São áudios da cabine em momento em que não ocorria o jogo.

Pelo protocolo, apenas o árbitro de vídeo principal, que no caso era Rodrigo Guarizo, deveria falar com o juiz Bráulio Machado. Caso entenda que é necessária uma revisão, ele chama o juiz de campo e lhe descreve o lance. O auxiliar pode debater com o árbitro de vídeo principal, mas só este que conversa com quem está no gramado e dá a visão final da cabine. Há um outro auxiliar responsável por pegar impedimentos.

Nos áudios mostrados, há uma fala de um dos árbitros de vídeo não identificados: "Ele não muda nem o movimento da perna dele. Se tocasse a perna dele, teria que vir para trás. Nem vem… Como é que vamos deixar um negócio desse". Outros integrantes da cabine dizem que "parece pênalti" em discordância. Há uma debate onde fica claro que não havia unanimidade sobre o lance.

A voz de Bráulio Machado não está envolvida no diálogo, segundo apurou o blog. Isso confirma não se tratar do momento da revisão. É um debate entre os membros da cabine de VAR sobre o lance depois que já ocorreu a marcação após o jogo ou no intervalo. A comissão de arbitragem da CBF não tem como procedimento de divulgar os áudios do VAR.

Pelo protocolo, o árbitro de vídeo principal pode chamar quem está em campo em duas situação: 1) entende que há um erro claro do juiz 2) pergunta para o juiz em campo o que ele viu e aponta ter enxergado algo diferente na TV e descreve. A linguagem é técnica e descritiva, não opinativa como aparece nos diálogos descritos. A partir daí, o juiz de campo vai para a cabine para revisar. No caso, Bráulio Machado anulou sua marcação inicial após o árbitro de vídeo recomendar que fosse analisar.