A sete jogos do fim, Flamengo atinge a sua maior pontuação no Brasileiro
rodrigomattos
08/11/2019 04h00
A sete rodadas do final do Brasileiro, o Flamengo atingiu sua maior pontuação no Brasileiro de pontos corridos com 74 pontos ao bater o Botafogo. Ultrapassou a marca de 72 pontos do ano passado. Sim, é um reflexo da campanha impressionante do time com Jorge Jesus. Ao mesmo tempo, é um retrato do aumento progressivo das pontuações dos líderes do Nacional.
Peguemos primeiro o exemplo do Flamengo. Em média, nos pontos corridos, o clube faz 57 pontos consideradas as últimas 13 edições. Nas últimas três edições, no entanto, atingiu suas duas pontuações mais altas, 72 (2018) e 71 (2016). Mesmo no título de 2009, conquistara 67 pontos.
Apesar de em patamar diferente, o Palmeiras também faz uma campanha acima dos seus padrões. Seus 66 pontos são superiores às campanhas dos títulos de 2018 e 2016 no mesmo estágio, isto é, faltando sete rodadas. A diferença é menor do que o Flamengo: são dois de vantagem para 2016 e, três para 2018.
E uma análise de outros Brasileiros também demonstra que as pontuações dos líderes têm subido. O Cruzeiro foi o primeiro time dos pontos corridos a chegar ao título atingindo a barreira de 80 pontos. Nos últimos cinco anos, quatro dos campeões atingiram a marca de 80 pontos ou a superaram – o recordista é o Corinthians com 81, em 2015.
Não é portanto um fato isolado deste Brasileiro que os times no topo abram diferenças maiores dos demais. Há uma tendência que isso ocorra mais nos últimos anos. O Flamengo atual, portanto, é um ponto fora da curva em termos de pontuação história do Nacional, mas ninguém pode descartar que, em um futuro, se torne bem próximo do padrão do campeonato.
E há uma explicação para esse movimento? Bem, as ligas europeias tendem a ter diferenças de pontos dos líderes para os outros maiores do que o Brasileiro da Série A.
Isso é fruto de um distanciamento econômico entre os times mais fortes na Itália, na Espanha e na Alemanha em relação aos outros – a atual temporada é uma exceção a essa regra. Como Flamengo e Palmeiras se tornam mais fortes financeiramente também, é possível que essa tendência de se deslocarem dos outros e fazerem campanhas inéditas se intensifique. Mas ainda não há tantos campeonatos neste cenário para ter esta certeza.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
Sobre o Blog
O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.