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Como o Flamengo reverteu um jogo que parecia perdido

rodrigomattos

23/11/2019 19h21

O River Plate conseguiu amarrar o Flamengo como nenhum time fizera até então. Prendeu o rival de tal forma, com um encaixe de marcação tão bem feita, que o time rubro-negro não concluiu a gol no primeiro tempo. Mas finais, meu caro, têm 90 minutos. E o domínio argentino se esvaiu em três minutos.

A fórmula bem-sucedida de Gallardo foi realizar uma marcação por posição bem executada principalmente no meio de campo. Nacho Fernandez, De La Cruz e Palacios atacavam todas as saídas de bola rubro-negra. E o dono do jogo era Enzo Perez, bloqueando os meio-campistas rubro-negras e jogando quando tinha a bola.

Em determinado momento, Gerson discutia com Rafinha a falta de opções de passes. De fato, o River negava espaços ao Flamengo com um controle absoluto da partida. E era bem mais perigoso quando retomava a bola porque a linha de defesa rubro-negra era frouxa, e desatenta. Foi em uma escapada pela direita do ataque, em cima de Filipe Luís em tarde ruim, que a bola sobrou para Borré abrir o placar.

A volta para o segundo tempo não era promissora para os rubro-negros. É certo que o time conseguiu uma escapada com Bruno Henrique que entrou livre na área, mas ele, Everton e Gabigol perderam o gol. A torcida rubro-negra cantava, tentando empurrar o time. Mas o jogo não fluía.

Até que Jorge Jesus tirou Gerson, que vinha bem e sentiu dores, por Diego. O meio-campista entrou assumindo o jogo para si. Passou a ser o responsável pela saída de bola do Flamengo que passou a pegar o River mais aberto.

Do outro lado, Gallardo optou por cozinhar o jogo. Tirou seu meio-campista mais perigoso Nacho Fernandez. Além disso, colocou Lucas Pratto, matando o meio-campo do River. Os jogadores rubro-negros que tinham dificuldade para marcar o rápido Borré passaram a ter bem mais tranquilidade. Além disso, houve um aspecto físico: o River cansou.

E aí todos os espaços que foram negados ao Flamengo durante 70 minutos foram aparecendo. Jesus ainda colocou Vitinho, tirando Arão, para jogar o time todo para frente. A jogada de Bruno Henrique, com passe do apagado Arrascaeta, acabou no primeiro gol de Gabigol. E Pinola, que ganhara quase todas do atacante, perdeu no jogo de corpo quase no último lance em que o centroavante meteu um chutaço para desempatar.

Há explicações táticas para a virada apoteótica rubro-negra, como os erros de Gallardo, como a decisão de Jesus de apostar tudo ofensivamente. Mas um aspecto que tem que ser enfatizado é que o Flamengo treinado por este português não é um time que desiste de jogos. Nunca. Não foi à toa que virou o placar no final.

A torcida do Flamengo que esperou por 38 anos prolongou a angústia por mais 89 minutos. Para libertar seus torcedores em apenas 3 minutos.

 

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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