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Como a final da Libertadores agitou bastidores do super Mundial-2021

rodrigomattos

27/11/2019 04h00

Após a final apoteótica entre Flamengo e River Plate, celulares de dirigentes da Conmebol começaram a pipocar com mensagens e ligações de dirigentes da Fifa e de outras confederações com congratulações. A repercussão global do jogo único foi considerada uma sucesso. Isso reforçou entre cartolas da entidade e da federação internacional a necessidade de ter só clubes de elite como o brasileiro e o argentino no Mundial 2021, o que pode excluir vagas para a Sul-Americana e Liga Europa.

O Mundial de 2021 será o primeiro com 24 clubes e a Fifa tem intenção de estrutura-lo para se tornar um torneio que prenda os olhos do público do globo. Por isso, topou sediar uma reunião organizada pelo Real Madrid com clubes do mundo inteiro na semana retrasada.  O objetivo da Fifa é convence-los a abraçar a competição e, com isso, torna-la comercialmente mais atraente.

Esse encontrou irritou a Conmebol por ter sido alijada e surpreendeu o Flamengo por não ter participado do encontro. Na Fifa, a versão é de que o Real Madrid que organizou o encontro e escolheu os participantes. Mas a visão da entidade é que uma associação mundial tem que contar com a presença do clube brasileiro assim como de outros times grandes do país. A tendência é o clube ser incluído nas próximas discussões.

Como pano de fundo dessa associação, há a discussão sobre os critérios de classificação para o Mundial-2021. O entendimento da Fifa é de que as vagas devem ser definidas em reunião do Conselho da entidade. Enquanto isso, a Conmebol falava em definir seus próprios critérios para o continente.

As duas entidades tinham visões contraditórias sobre o tema, mas que começam a convergir após a final. Por enquanto, são seis vagas para a América do Sul. Dessas, o Flamengo já tem uma garantida como o campeão da Libertadores-2019. Teoricamente, o Independiente Del Valle, como campeão da Sul-Americana-2019, ficaria com outra como indicou fala do presidente da Conmebol Alejandro Dominguez.

Só que a Fifa não gosta da ideia de vagas para a Sul-Americana. Para a entidade, todos os lugares deveriam ser dados pela Libertadores e pela Liga dos Campeões, no caso da Europa. Um clube como o River Plate, que venceu no ano de 2018, e foi vice em 2019, não teria como ficar de fora por esta visão.

E essa posição ganhou força também na Conmebol depois da final em Lima. O Del Valle é um time de pouca torcida, e portanto não se encaixa no perfil desejado pela Fifa. A Conmebol tende a insistir na realização da Supercopa de campeões da Libertadores para definir duas vagas. Mas os outros postos podem ir todos para campeões da Libertadores no ciclo de quatro anos, o que incluiria o Grêmio.

É mais uma das idas e vindas da definição desse super Mundial de clubes da Fifa que ainda não tem nem fórmula, nem cotas definidas.

 

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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