Cruzeiro terá prejuízo de R$ 64 milhões com Série B e só mantém ppv
rodrigomattos
09/12/2019 11h00
A queda do Cruzeiro para o Brasileiro da Série B, consolidada na última rodada, vai gerar um prejuízo de pelo menos R$ 64 milhões em recursos de direitos de televisão. Restará ao clube manter apenas sua cota de Pay-per-view para 2020. Só dependerá de os cruzeirenses se manterem fiéis ao pacote.
A partir deste ano, os grandes clubes não tem mais a salvaguarda de ficar com a mesma cota de televisão na Série A. Pelos contratos de todos, há duas opções: manter o ganho com o ppv ou levar uma fatia do acordo da Segundona (R$ 6 milhões mais R$ 2 milhões de logística).
Para o Cruzeiro, o mais vantajoso é ficar com o ppv. No ano de 2019, o clube teria direito a 6,3% do total do bolo de assinantes, o que daria R$ 40,9 milhões pelo valor previsto inicialmente. Mas isso depende de não haver queda da arrecadação no pay-per-view. Além disso, tem que se saber se o Cruzeiro manterá essa de torcedores no próximo ano no levantamento para 2020.
E o que a agremiação deixa de ganhar? Os contratos de TV Aberta e Fechada geram remunerações fixas (40%), por posição (30%) e por exibição (30%). De cara, o Cruzeiro já deixa de ganhar a fatia por posição em 2019 já que rebaixados não têm esse direito. Ou seja, é uma perda de R$ 11,2 milhões, valor que teria sido recebido se ficasse na 16a colocação. Pode-se multiplicar por dois esse prejuízo já que também nada será recebido no próximo ano.
Além disso, somam-se as cotas perdidas de 2020. Serão R$ 32 milhões fixos da TV Aberta e Fechada que o clube ganhou em 2019. O Cruzeiro teve ainda um total de R$ 9,8 milhões por exibição de jogos nessas duas plataformas. No final das contas, o prejuízo somado é de pelo menos R$ 64 milhões em dinheiro da televisão perdido.
Pior, o Cruzeiro antecipou recursos da Globo por meio do fundo Polo capital. Esses valores recebidos adiantados terão de ser descontados do pouco a que a agremiação tem a receber nos próximos ano. Assim, nem o dinheiro do pay-per-view deve entrar integralmente.
Sobre o Autor
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
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O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.