Entenda como Thiago Silva e David Luiz levam prêmio da Fifa apesar do 7 a 1
A premiação da Fifa de 2014 teve uma surpresa nas escolhas dos brasileiros David Luiz e Thiago Silva como melhores defensores do ano apesar do fracasso da seleção na Copa. A explicação está no sistema de votação da Fifpro (sindicato mundial de jogadores) em que o peso de cada país depende do número de jogadores profissionais, o que aumenta o peso do Brasil na eleição.
Contemos a história por ordem cronológica. A Copa do Mundo ocorreu em junho e julho, e David Luiz estava presente na goleada sofrida por 7 a 1 pelo Brasil diante da Alemanha. Suspenso, Thiago Silva voltou na partida contra a Holanda em que o time apanhou por 3 a 0. Até as quartas-de-final, eram considerados as principais figuras do time ao lado de Neymar.
Em setembro, a Fifpro iniciou a sua votação para os melhores do mundo. Seu desafio era tentar receber os votos de 45 mil filiados por meio de diversos sindicatos pelo globo. O Brasil é o país com maior número de filiados com 13 mil no total, segundo a Fenapaf (Federação Nacional de Atletas Profissionais). De fato, é a nação líder em atletas registrados também pela Fifa.
"Recebemos os formulários e temos um prazo de até 25 dias para devolver os votos. Mandamos tudo por correio e temos que receber de volta por correio. No Brasil, votaram cerca de 1 mil atletas. Isso porque chega em uma fase muito ruim da temporada para nós, no meio", contou o presidente da Fenapaf, Rinaldo Martorelli, que lembra que a dimensão continental do país dificulta.
Ou seja, a adesão no Brasil foi baixa. Mas, no total, votaram cerca de 23 mil atletas no mundo. Isso significa que entre 4% e 5% dos votos foram brasileiros. Como foram jogadores de 58 países que votaram, dá para concluir que o país teve bastante peso no resultado final. Bem mais do que na eleição de Cristiano Ronaldo como melhor do mundo, feita como capitães, técnicos e jornalistas, em proporções iguais por nação.
Na seleção feita pelos jogadores brasileiros, Thiago Silva e David Luiz são os defensores titulares, e ainda há Neymar no ataque, e Marcelo, na lateral-esquerda. Essa eleição segue o corporativismo visto em todas as votações da Fifpro e da Fifa, em que atletas e técnicos costumam privilegiar conterrâneos ou colegas de equipe.
Ao se observar todos os países, a conclusão é que Thiago Silva entraria na seleção de qualquer maneira já que estava entre os melhores de 51 dos 58 países, inclusive boa parte da elite mundial.
Não é o caso de David Luiz que só emplacou em 14 times de melhores de países. E o zagueiro marcado pela goleada do 7 a 1 teve apoio quase só de países não-europeus com a única exceção da Espanha. Seus eleitores foram Argentina, Bolívia, Brasil, Camarões, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Japão, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, além dos espanhóis.
Assim, quem votou no zagueiro brasileiro são os torcedores que estão mais distantes das ligas europeias onde ele joga – claro, sempre há como assisti-lo pela televisão. Na seleção feita pelos jogadores alemães, por exemplo, nem Thiago Silva, nem David Luiz tiveram vez. Já os ingleses, onde David jogava pelo Chelsea até o meio do ano, só incluíram Thiago.
Nem os dois zagueiros brasileiros parecem ter se empolgado com suas premiações já que não foram a festa de melhor do mundo da Fifa, únicos ausentes entre os 11.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.