Grêmio restringe aumento de gastos para Libertadores, mas Bolaños é exceção

Desde que estava perto da vaga na Libertadores, a diretoria do Grêmio sabia que teria problemas financeiros para poder se preparar para a competição. O clube estabeleceu uma folha apenas 10% maior do que em 2015, e criou um teto para gastos . Mas abriu uma exceção ao obter um empréstimo para contratar o equatoriano Bolaños.

Até setembro de 2015, o balanço gremista indicava um déficit de R$ 67 milhões. Isso era fruto de um gestões passadas como a de Fábio Koff, que contratou um time bem caro, e de problemas de arrecadação com a arena. O novo presidente Romildo Bolzan Jr reduziu a folha até leva-la a R$ 5,2 milhões para tentar equilibrar o clube.

Para 2016, o teto estabelecido foi R$ 6 milhões, e o clube está apenas levemente acima deste valor. Para gastos acima deste montante, é preciso uma aprovação do presidente para o departamento de futebol, como explicou o diretor de futebol, Rui Costa. Foi o caso do equatoriano Miller Bolaños.

"Pagamos US$ 4,5 milhões por cerca de 70% do jogador. Para isso, fizemos um empréstimo com um benemérito, ex-investidor do clube, que não gostaria de dizer o nome. Será pago parceladamente. Haverá uma devolução de todo o dinheiro", contou Rui.

Ele ressaltou que não há participação do benemérito do clube nos direitos do jogador, e toda a dívida pelo equatoriano será paga em um ano e meio. "Era um atleta muito disputado por clubes do Brasil e de outros países. Não tivemos tanta margem de negociação", explicou.

Fora isso, o Grêmio centrou seus esforços em manter a maior parte do time, apesar de ter tido as perdas de Erazo e Galhardo. Para se manter na linha financeira, o clube deve ter que vender um jogador durante o ano, provavelmente após a Libertadores.

Outra aposta é o novo contrato de TV do Brasileiro-2019 que a diretoria do Grêmio negocia bem cautelosamente com Esporte Interativo e Globo. "Cada um deles melhorou um pouco a proposta na última semana. Estamos analisando e podemos levar ao Conselho Administração. Não é uma obrigação levar ao Conselho Deliberativo porque um ato de gestão", argumento Bolzan Jr. O clube, como os outros, deve receber luvas por fechar o contrato.

Considerando os rivais brasileiros na Libertadores, o Grêmio teve a maior contratação, mas ao mesmo tempo é o time que limite mais seus gastos. O Palmeiras certamente é o que mais gastou, enquanto Corinthians e Atlético-MG fizeram investimentos em mais de um jogador. O São Paulo já contava com um elenco mais caro do que os gremistas desde 2015.