Clubes ficam só com 60% da verba da Libertadores, menos do que na Champions
Ao anunciar a nova premiação da Libertadores e Sul-Americana em 2019, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, ressaltou que a verba para os clubes triplicou em sua gestão. É fato, mas poderia ser mais. A entidade distribuirá para os clubes apenas 60% da verba obtida com contratos de direitos das competições sul-americanas. Enquanto isso, a Uefa repassa para os times 78% do total ganho com os direitos da Liga dos Campeões e da Liga da Europa.
A partir de 2019, o novo contrato firmado com a Perform e IMG vai gerar US$ 350 milhões por ano para pelos direitos das Libertadores e Sul-Americanas. Cabe a essas empresas revender os direitos para tentar aumentar ou pelo menos igualar o valor pago.
Durante o sorteio da Libertadores, a Conmebol divulgou que distribuirá US$ 211 milhões (R$ 812 milhões). Desse total, são US$ 162 milhões para os times da Libertadores, e o restante para a Copa Sul-Americana. Assim, o percentual de valores distribuídos é de 60% do total.
Para se ter ideia, antes do novo contrato, o percentual atingia 70% no ano de 2018. Ou seja, na prática, a Conmebol vai reter mais dinheiro. A entidade alega que tem aumentado os custos da competição com a implantação do VAR (árbitro de eletrônico) e agora com a organização da final única que ficará a cargo da entidade.
Só que na Europa a Uefa também é responsável pelos custos da organização da competição incluindo a final única. No seu relatório sobre a temporada de 2018/2019, a entidade europeia previu receitas em um total de 3,2 bilhões de euros para a Liga dos Campeões, Liga da Europa e Recopa. Um total de 295 milhões de euros será usado na organização. E os clubes ficarão com 2,55 bilhões de euros. Com esses valores, o percentual repassado pela Uefa aos clubes é de 78,5% do total do dinheiro disponível.
Clubes brasileiros estiveram reunidos com Alejandro Dominguez para discutir suas participações econômicas na Libertadores. A sua proposta é que uma cota seja separada para distribuição por critérios de mercado como é feito na Liga dos Campeões. Inicialmente, Dominguez recusou, embora tenha feito um discurso conciliador e que este é o início do processo.
Apesar da recusa, os clubes brasileiros se mostraram otimistas com a conversa com o dirigente sul-americano. Sua manifestação foi de que, no futuro, poderão atingir seu objetivo.
A diretoria da CBF reconhece que é um caminho difícil conseguir aumentar a fatia dos clubes brasileiros em reunião do Conselho Executivo da Conmebol em que dez federações nacionais votam e apenas os argentinos estariam ao seu lado nesta reivindicação.
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