Punido pela Fifa, Barcelona não terá mais 'novo Messi'
Confirmada pela Fifa nesta quarta-feira, a punição ao Barcelona de realizar transferências internacionais de atletas representa um marco no combate da entidade à saída de jogadores menores de outros continentes para clubes europeus. A opinião de especialistas em direito esportivo é de que a partir de agora não se repetirá um caso como Messi, que foi levado aos 12 anos para o time espanhol.
A transferência de menores de um país para outro, salvo exceções, é proibida pela federação internacional há mais de dez anos. Só que não havia nenhuma fiscalização por parte da entidade, o que tornava constante a burla à regra pelas equipes europeias.
Eram utilizadas as exceções previstas na legislação. São três: transferências de jogadores dentro da Europa entre 16 e 18 anos, atuar perto da fronteira ou troca por motivos não-esportivos. Neste último caso, simulava-se um emprego para os pais, e a associação nacional aceitava o fingimento. Foi o que ocorreu com o argentino Messi ao ir para o Barcelona.
"Era uma pegadinha"; contou o advogado Eduardo Carlezzo, que atua em cortes internacionais. "Teve um caso em que o clube disse que a mãe do jogador trabalhava no bar do próprio clube e foi aprovado pela associação", completou o advogado Marcos Motta, atuante em comitês da Fifa.
A partir de 2010, a Fifa instalou seu eletrônico para registro de todas as transferências internacionais. Quando a idade do jogador é abaixo de 18 anos, a troca de clube tem que ser autorizada por um comitê de proteção ao menor. Foi esse comitê que constatou a presença de alguns menores coreanos de forma irregular na base do Barcelona.
"O clube tem que juntar uma documentação para justificar a transferência do menor", explicou o Carlezzo. "Essa decisão contra o Barcelona é inédita e manda uma mensagem para o mundo do futebol."
Para ele, dificilmente se repetirá um caso como Messi. Mesma opinião tem o advogado Marcos Motta. "O comitê de menor da Fifa é muito restrito nas regras. Hoje, isso (Messi) não aconteceria. Está claro que o registro não seria autorizado."
Mas, se terá dificuldades para recrutar o novo Messi, o Barcelona minimizou o prejuízo sob o ponto de vista de contratações. Com efeito suspensivo, adquiriu vários atletas na janela do meio de temporada. Agora, não poderá levar novos atletas no meio do ano, período mais fraco de movimentação, e ainda pode discutir o que ocorrerá em 2015 no CAS, tribunal superior para o qual recorrerá.
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