Só contrato da Nike gerou R$ 47 mi para Teixeira, indica polícia dos EUA
Os documentos da investigação de órgãos dos EUA sobre contratos da CBF mostram que só o acordo da Nike gerou R$ 47 milhões em propinas para o ex-presidente Ricardo Teixeira. Pelo menos é o que diz José Hawilla, dono da Traffic, intermediadora da negociação à Justiça norte-americana. O executivo confessou crimes e devolverá dinheiro ao governo norte-americano.
Nesta quarta-feira, são 14 dirigentes ligados à Fifa acusados de crimes entre eles o vice-presidente da CBF, José Maria Marin, que está detido na Suíça. As ordens para prendê-lo vieram de processo nos EUA que investigam crimes no país com grampos e documentos fiscais.
Segundo a Justiça americana, há documentos nos diversos processos que mostram um acordo secreto para uma empresa de material esportivo norte-americana pagar um total de US$ 40 milhões para a Traffic em conta na Suíça. É uma comissão por acordo assinado entre a empresa e a CBF em 1996, por dez anos, por US$ 160 milhões. Ou seja, a empresa é a Nike.
Do total do pagamento por fora previsto, efetivamente foram transferidos US$ 30 milhões entre 1996 e 1999, o que representa R$ 94 milhões. Esses pagamentos estão provados por documentos.
"Hawilla concordou em pagar e pagou ao conspirador número 13 (Teixeira) metade do dinheiro que ele fez com o negócio, totalizando milhões, como uma propina e um suborno", afirma o documento da Justiça Americana.
O conspirador número 13 foi quem fechou o contrato pela CBF. É descrito como um alto dirigente da Conmebol, da Fifa e da CBF, e responsável por negociar acordos da entidade. Apenas o então presidente da confederação Ricardo Teixeira se encaixava neste perfil à época. Ou seja, segundo Hawilla, Teixeira ficou com R$ 47 milhões do acordo.
O dirigente não é citado porque não foi indiciado pelo Departamento de Justiça americano. Mas as autoridades dos EUA já informaram que a investigação está apenas começando.
O ex-cartola da confederação ainda não foi encontrado apesar do contato com pessoas próximas. A Nike se manifestou por meio de nota. Veja abaixo:
"Como todos os nossos fãs ao redor do mundo, nós somos apaixonados pelo jogo e estamos preocupados com essas acusações muito sérias. A Nike acredita fortemente em ética e fair play tanto nos negócios como no esporte, e repudia fortemente toda e qualquer forma de manipulação ou propina. Nós já estamos cooperando, e seguiremos cooperando, com as autoridades."
Leia também:
• Marin e mais seis são detidos por corrupção na Fifa em operação do FBI
• Operação que prendeu Marin abrange contratos da CBF com Nike e transmissão
• 'Dono do futebol brasileiro', réu confesso J. Hawilla terá que devolver US$ 151 mi
• Entenda a operação do FBI que prendeu Marin e outros seis cartolas na Suíça
• Marco Polo Del Nero admite que detenção de Marin é péssima para a CBF
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.