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Finalistas, Fla e Cruzeiro perdem milhões em estádios por 'legado da Copa'

rodrigomattos

07/09/2017 04h00

Finalistas da Copa do Brasil, Flamengo e Cruzeiro perdem milhões no uso dos estádios Maracanã e Mineirão por conta do legado da Copa-2014. Ambos os clubes convivem com condições e taxas que lhes tiram mais da metade de suas rendas, retidas por estádios caros e com gestores com quem têm disputas. E isso se repetirá nas duas decisões, nos dias 7 e 27 de setembro.

No caso do Flamengo, o novo acordo com a Odebrecht prevê uma retenção de 20% da renda para a Odebrecht a título de aluguel, fora as altas despesas do estádio. No caso do Cruzeiro, 25% da renda serão retidos por disputa judicial com a Minas Arena.

Basta ver os borderôs das semifinais para constatar o tamanho dos prejuízos dos clubes. O Flamengo ficou com 37% do total da bilheteria. Já o Cruzeiro teve uma sobra um pouco maior: 40% do total, isto é, R$ 707 mil dos R$ 1,7 milhão arrecadado. Para o número cruzeirense, foram incluídos os valores arrecadados com ingressos dos sócios-torcedores.

"Temos uma discussão judicial e também uma tentativa de negociação (com a Minas Arena). Assim, o dinheiro está sendo depositado judicialmente. A receita é mais alta, retém mais", contou o diretor comercial do Cruzeiro, Róbson Pires. Foram retidos R$ 482 mil da semi. No ano, já foram retidos R$ 3,4 milhões.

Isso fora os custos de operação do estádio, caro após as reformas para a Copa. "É um estádio grande (Mineirão) e os custos são compatíveis com isso. Quando temos jogos menores, abrimos menos setores para reduzir o custo", contou Pires, que não acha os gastos excessivos para o tamanho do Mineirão.

A relação do Flamengo com o Maracanã é ainda mais complicada neste ano de 2017. O presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, chegou a dizer que o clube estava sendo "espoliado" ao comentar os acertos para a Libertadores.

Considerados os jogos decisivos da Libertadores, Copa do Brasil e finais do Estadual, o Flamengo já deixou R$ 12,6 milhões em taxas nos jogos em 2017 – no caso da decisão do Carioca juntamente com o Fluminense. Essas taxas incluem desde a operação do jogo, aos aluguéis da Odebrecht até descontos de Federação do Rio de Janeiro, e outros.

Com a final da Copa do Brasil, é provável que esse número suba consideravelmente com a maior renda do ano. Por isso, o clube só se decidiu por usar o estádio em jogos grandes pensando na torcida, e de resto atuará na Ilha do Urubu.

Além da questão da Odebrecht, dirigentes rubro-negros reclamam que o Maracanã foi reformado sem se pensar no seu uso posterior por clubes, o que o torna muito caro. É uma realidade parecida com o Mineirão onde é complicado setorizar o estádio.

Uma vantagem do estádio mineiro é que não se perde tantas cadeiras quanto o carioca. O Cruzeiro estima ter 54 mil a 55 mil lugares na final, fora os assentos da Minas Arena. Enquanto isso, o Maracanã terá 67 mil lugares, mas com grande carga de gratuidade. A capacidade de 72 mil vista na Copa nunca mais foi atingida por falta de assentos e barreiras de segurança. Lembre-se que o Maracanã sempre foi maior do que o Mineirão.

 

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Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.


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